
Os próprios pesquisadores que fazem as análises alertam que elas devem ser vistas com reservas, pois inúmeras outras variáveis não previstas no modelo podem influenciar o prolongamento ou não da pandemia, como fatores demográficos específicos de cada país, a suspeita de que a mesma pessoa possa se infectar mais de uma vez e variações no grau de adesão a medidas de isolamento social, entre outras
No entanto, o modelo tem-se mostrado razoavelmente acurado em países que já se encontram em estágios mais avançados da epidemia, como a Itália. Na China, o modelo previu o fim da pandemia para o dia 26 de abril, mas o país ainda tem tido alguns poucos casos novos confirmados (foram 6 nesta segunda-feira, 27). Os autores do estudo alertam, também, que a flexibilização precoce das medidas de isolamento na Itália e nos Estados Unidos podem postergar a data do fim teórico da pandemia nesses países.
Pela previsão atualizada nesta terça-feira (28), o Brasil enfrentará esta semana o pico de contágio pela doença. Em teoria, a data final da pandemia no país seria 8 de julho, data em que, pelos modelos matemáticos, a última infecção prevista ocorreria. (Trata-se da mesma data prevista para o fim da epidemia no mundo, segundo o mesmo estudo.) Antes disso, porém, já em 1º de junho, 97% das infecções previstas para o Brasil já terão ocorrido. Em 12 de junho, essa proporção será de 99%. Ou seja, a partir daí, segundo esse modelo matemático, acontecerão apenas 1% das infecções previstas.
Uma das críticas feitas aos estudos que se valem dos modelos SIR para previsão epidemiológica, como é o caso do trabalho feito pela Universidade de Singapura, é alta subnotificação de casos por covid-19.
UOL notícias