Eunício quer emplacar filho em uma vaga na Câmara dos Deputados PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO |
Mantendo “tradição” histórica no Estado, três das principais lideranças políticas do Ceará foram buscar em casa os sucessores de seus legados eleitorais. Nos últimos dias, o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB), tem comunicado a aliados que irá lançar o filho, o engenheiro civil Rodrigo Oliveira, candidato a deputado federal no próximo ano.
Além dele, também estão no páreo o secretário da Regional VI de Fortaleza, Antônio José Albuquerque (PP), e o secretário de Desenvolvimento Econômico da Capital, Mosiah Torgan (DEM). O primeiro é filho do presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), e o segundo do ex-deputado federal e hoje vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan (DEM).
Duradoura no Estado, a prática de pais “passando o bastão” para filhos não é exclusiva do Ceará e remonta à base tradicionalista e patriarcal da política brasileira. É o que avalia o cientista político Rodrigo Prando, da Mackenzie. “As decisões políticas ainda estão muito centradas nos homens mais velhos, basta ver o Congresso”.
“Em sociedades onde a dinâmica econômica depende menos do mercado e mais da força e presença do Estado, acabam centralizando muito o poder figuras como a dos prefeitos, deputados, senadores”, avalia o pesquisador.
“Então você acaba tendo famílias formando verdadeiros clãs políticos, que se perpetuam no poder através de uma política tradicionalista, patriarcal e muitas vezes patrimonialista”, diz Prando.
Nos bastidoresComo o anúncio aberto das candidaturas poderia despertar tensões entre aliados e até a atenção da Justiça, articulações pelas candidaturas ainda seguem restritas aos bastidores. “Como pode mexer com a base de outros deputados ou configurar propaganda antecipada, ainda é difícil falar”, diz um deputado estadual que preferiu não se identificar.
Ele destaca, no entanto, que Eunício tem confirmado “abertamente” para aliados a tese de lançar o filho para a Câmara dos Deputados. Com a proximidade do ano eleitoral, tradicionais lideranças do Estado já caíram na estrada acompanhados de seus sucessores políticos.
Nas últimas semanas, por exemplo, o deputado Agenor Neto (PMDB) tem percorrido diversos municípios do Sertão Central com o filho, o pré-candidato Ilo Neto. Já Antônio José Albuquerque tem, aos fins de semana, participado da entrega de ações de prefeitos aliados e se reunido com o pai e lideranças políticas do Interior.
Apesar de os herdeiros serem quase sempre jovens, Rodrigo Prando destaca que isso nem sempre representa “renovação”. “Colocar alguém novo, mas indicado pelo pai para seguir os mesmos passos dele, não representa renovação, mas simplesmente uma continuidade mascarada”.
Saiba mais
No caso de Zezinho Albuquerque, a ideia do deputado é deixar o filho como seu “substituto” na Assembleia. Em seu segundo mandato seguido como presidente da Casa, Zezinho tenta emplacar seu nome para a vaga de senador ou de vice na chapa de Camilo Santana à reeleição.
Entre os herdeiros políticos já confirmados como candidatos, o que causa maior apreensão, até agora, é o filho de Eunício Oliveira. Como o senador segue hoje em situação “ambígua” com relação ao governo Camilo Santana, não se sabe em que áreas do Estado Eunício deverá “concentrar” a busca por votos para o filho.
No caso de Mosiah Torgan, o próprio Moroni tem atuado no sentido de viabilizar a candidatura, em conversas com a base do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Os aspirantes
Rodrigo Oliveira. Filho do presidente do Senado, Eunício Oliveira, o engenheiro civil deve disputar vaga na Câmara.
Antônio José. Secretário da SER VI de Fortaleza, deve disputar vaga do pai, o presidente da AL, Zezinho Albuquerque.
Além dele, também estão no páreo o secretário da Regional VI de Fortaleza, Antônio José Albuquerque (PP), e o secretário de Desenvolvimento Econômico da Capital, Mosiah Torgan (DEM). O primeiro é filho do presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), e o segundo do ex-deputado federal e hoje vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan (DEM).
Duradoura no Estado, a prática de pais “passando o bastão” para filhos não é exclusiva do Ceará e remonta à base tradicionalista e patriarcal da política brasileira. É o que avalia o cientista político Rodrigo Prando, da Mackenzie. “As decisões políticas ainda estão muito centradas nos homens mais velhos, basta ver o Congresso”.
“Em sociedades onde a dinâmica econômica depende menos do mercado e mais da força e presença do Estado, acabam centralizando muito o poder figuras como a dos prefeitos, deputados, senadores”, avalia o pesquisador.
“Então você acaba tendo famílias formando verdadeiros clãs políticos, que se perpetuam no poder através de uma política tradicionalista, patriarcal e muitas vezes patrimonialista”, diz Prando.
Nos bastidoresComo o anúncio aberto das candidaturas poderia despertar tensões entre aliados e até a atenção da Justiça, articulações pelas candidaturas ainda seguem restritas aos bastidores. “Como pode mexer com a base de outros deputados ou configurar propaganda antecipada, ainda é difícil falar”, diz um deputado estadual que preferiu não se identificar.
Ele destaca, no entanto, que Eunício tem confirmado “abertamente” para aliados a tese de lançar o filho para a Câmara dos Deputados. Com a proximidade do ano eleitoral, tradicionais lideranças do Estado já caíram na estrada acompanhados de seus sucessores políticos.
Nas últimas semanas, por exemplo, o deputado Agenor Neto (PMDB) tem percorrido diversos municípios do Sertão Central com o filho, o pré-candidato Ilo Neto. Já Antônio José Albuquerque tem, aos fins de semana, participado da entrega de ações de prefeitos aliados e se reunido com o pai e lideranças políticas do Interior.
Apesar de os herdeiros serem quase sempre jovens, Rodrigo Prando destaca que isso nem sempre representa “renovação”. “Colocar alguém novo, mas indicado pelo pai para seguir os mesmos passos dele, não representa renovação, mas simplesmente uma continuidade mascarada”.
Saiba mais
No caso de Zezinho Albuquerque, a ideia do deputado é deixar o filho como seu “substituto” na Assembleia. Em seu segundo mandato seguido como presidente da Casa, Zezinho tenta emplacar seu nome para a vaga de senador ou de vice na chapa de Camilo Santana à reeleição.
Entre os herdeiros políticos já confirmados como candidatos, o que causa maior apreensão, até agora, é o filho de Eunício Oliveira. Como o senador segue hoje em situação “ambígua” com relação ao governo Camilo Santana, não se sabe em que áreas do Estado Eunício deverá “concentrar” a busca por votos para o filho.
No caso de Mosiah Torgan, o próprio Moroni tem atuado no sentido de viabilizar a candidatura, em conversas com a base do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Os aspirantes
Rodrigo Oliveira. Filho do presidente do Senado, Eunício Oliveira, o engenheiro civil deve disputar vaga na Câmara.
Antônio José. Secretário da SER VI de Fortaleza, deve disputar vaga do pai, o presidente da AL, Zezinho Albuquerque.
Mosiah Torgan. Filho do vice-prefeito Moroni Torgan, deve concorrer a deputado federal pelo DEM.
Guilherme Landim. Prefeito de Brejo Santo, deve disputar vaga aberta pelo pai, o ex-deputado Wellington Landim.
Ilo Neto. É filho do deputado estadual e ex-prefeito de Iguatu, Agenor Neto, pode sair candidato em dobradinha com o pai.
Pedro Geromel. Filho do prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra, deve disputar vaga na Câmara.
“Herdeiros” notórios
Cid Gomes. Filho do ex-prefeito de Sobral José Euclides Ferreira Gomes, é membro de clã que disputa na região desde 1890.
Camilo Santana. O atual governador é filho de Eudoro Santana, que teve diversos mandatos de deputado estadual.
“Herdeiros” notórios
Cid Gomes. Filho do ex-prefeito de Sobral José Euclides Ferreira Gomes, é membro de clã que disputa na região desde 1890.
Camilo Santana. O atual governador é filho de Eudoro Santana, que teve diversos mandatos de deputado estadual.
Domingos Neto. Filho do ex-deputado Domingos Filho, foi o mais votado na 1ª eleição, em 2010.
Sérgio Aguiar. O atual deputado estadual ocupa cadeira que o pai, o ex-conselheiro do TCM Chico Aguiar, ocupou na Casa.
Gony Arruda. É herdeiro político de Esmerino Arruda em um dos mais tradicionais grupos políticos do Estado.
Sérgio Aguiar. O atual deputado estadual ocupa cadeira que o pai, o ex-conselheiro do TCM Chico Aguiar, ocupou na Casa.
Gony Arruda. É herdeiro político de Esmerino Arruda em um dos mais tradicionais grupos políticos do Estado.
Fernanda Pessoa. Filha do vice-prefeito de Maracanaú e líder da oposição Roberto Pessoa
Renan Colares. O ex-secretário e hoje vereador de Fortaleza é filho do deputado estadual Fernando Hugo, do PP.
Iraguassú Filho. Até a última eleição o decano da Câmara Municipal, o ex-vereador Iraguassú Teixeira “passou bastão” ao filho.
Renan Colares. O ex-secretário e hoje vereador de Fortaleza é filho do deputado estadual Fernando Hugo, do PP.
Iraguassú Filho. Até a última eleição o decano da Câmara Municipal, o ex-vereador Iraguassú Teixeira “passou bastão” ao filho.
Bruno Gonçalves. O deputado estadual é filho do prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves.
O Povo