Um homem de 56 anos foi preso, ontem, em posse de 104Kg de cocaína que estavam escondidos no fundo falso da caçamba de uma caminhonete S-10. José Rafael Filho foi interceptado no Km-19 da BR-116, na altura do Município de Itaitinga, durante uma operação conjunta das Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF). Conforme a PRF, o suspeito é de Goiás. Ele é pai de um policial militar e de agente penitenciário (Estado não divulgado) e contou que fazia transporte de drogas há três anos.
No momento em que abordado, José Filho chegou a negar que trazia drogas consigo. No entanto, os policiais iniciaram a vistoria no veículo e ele confessou a posse dos entorpecentes. Em uma espécie de gaveta estavam os mais de cem quilos de cocaína; uma parte em pasta-base e outra pronta para consumo.
"A versão dele é que estava há quatro dias na estrada. Saiu de Goiás, pegou a droga na Bahia e iria entregar aqui no Ceará. Não revelou quem entregou a droga na Bahia, nem quem receberia aqui. Ele conta também que já teve outras vezes em Fortaleza para entregar cocaína e que há três anos faz essas viagens", afirmou um policial rodoviário federal, que participou da operação e preferiu não se identificar.
O suspeito declarou ser operador de guindaste e revelou que receberia R$ 10 mil por cada transporte de droga. A Polícia está averiguando se as informações prestadas por ele são reais.
O agente da PRF que conversou com a reportagem declarou que o compartimento em que a droga foi encontrada estava completamente cheio. "Provavelmente ele viajava com carregamentos completos, o que é muita droga", afirmou.
A documentação do veículo e a de José Filho estavam todas corretas. A caminhonete estava no nome dele, com a documentação em dia, assim como sua Carteira de Habilitação. Além disso, não havia nenhum mandado de prisão ou autuação na Polícia contra ele. "É uma maneira de não levantar suspeitas. Até o carro estava no nome dele. Estava tudo certo e isso é uma forma de tentar despistar a Polícia. Como ele nunca tinha sido pego, também não tinha nenhuma ressalva quanto a isso", declarou o policial rodoviário federal.
Prejuízo
O delegado Regional Executivo da Superintendência da Polícia Federal no Ceará, Daniel Coraça Júnior, ressaltou o prejuízo que a apreensão representa. Segundo ele, com a perda da carga cerca de R$ 2 milhões deixarão de ser arrecados pelos traficantes. "A apreensão representa um prejuízo de muito dinheiro que financiaria o tráfico. Parte desses 100Kg ainda seria dissolvida e eles conseguiriam fazer de quatro a cinco vezes mais. Essa droga apreendida poderia render cerca de meia tonelada no varejo", explicou Daniel Júnior.
O delgado disse, também, que as informações que chegaram à PF e foram repassadas à PRF, davam conta somente dos dados dos veículo em que a droga estava. Porém as investigações sobre o caso serão aprofundadas pela Delegacia de Repreensão a Entorpecentes (DRE) da PF, no sentido de descobrir de onde a droga partiu e qual seu destino exato, incluindo a identificação dos operadores do esquema de tráfico.
Diário do Nordeste