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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Reformas de penitenciárias no Ceará irão durar até 120 dias e custarão R$ 1,5 milhão aos cofres do Estado cada unidade

Titular da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), Hélio Leitão, diz que obras estão aceleradas

A reforma dos presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), destruídos após rebeliões ocorridas após a proibição de visitas aos presos, durante a greve dos agentes penitenciários, no último dia 21, devem durar 120 dias e custarão R$ 1,5 milhão aos cofres do Estado cada unidade. De acordo com o titular da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), Hélio Leitão, as reformas das unidades estão em ritmo acelerado e já poderão receber presos a partir da próxima semana.

"Estamos em aceleração das reformas. Dei o prazo de 120 dias para (a reforma) de todas as unidades. Acredito que, na semana que vem, já poderemos assimilar presos novamente. Mas o momento inspira preocupação", afirmou o secretário.

Leitão esteve, junto com o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Delci Teixeira, ontem, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alce), atendendo a convite dos deputados.

O encontro durou mais de cinco horas e os secretários responderam perguntas e provocações dos parlamentares cearenses.

Falando acerca da superlotação dos presídios do Estado, o secretário da Justiça indicou que trabalha com ações de humanização.

"O excedente prisional, que é uma realidade no Ceará e no Brasil inteiro, é a mãe de todos os problemas. Acaba por comprometer a política penitenciária. Então, a primeira política de humanização e transformação do sistema é a política de redução do excedente prisional. Esse é o grande esforço, seja com iniciativas como audiência de custodia e mutirões, seja como uma grande articulação em curso entre os diversos poderes e instituições afeitas à questão", disse.

Delci Teixeira considerou válida a discussão com os parlamentares, uma vez que foram fornecidos dados e informações que eram solicitados. "O mais importante é essa disposição de dialogar. E os deputados, que são representantes da população, terem as explicações, os dados , para que possam discutir o que ocorreu e está ocorrendo conosco na Segurança Pública e no Sistema Prisional".

Abandono

Entretanto, o secretário da segurança pública reclamou que nem todos os deputados ficaram até o fim da sessão, concluída pouco antes das 18h. Ao término do encontro, somente sete deputados permaneciam no plenário, escutando as respostas dos secretários para as perguntas feitas por eles e pelos colegas que optaram por se ausentar.


"O que a mim chama a atenção, é que tivemos pelo menos cinco horas e meia de perguntas, debate, e algumas opiniões contrárias ao nosso trabalho. Tudo tem que ser respeitado e respeitamos isso, mas é uma pena que se fazem algumas perguntas, todo mundo ouvindo, e na hora da resposta o sujeito vai embora. Isso eu lamento. Deveriam ficar para ouvir a resposta, já que fizeram questionamentos", disse.

Diário do Nordeste