Um golpe, a princípio avaliado em torno de R$ 12 milhões, está sendo investigado pela Polícia Civil, em Fortaleza. De acordo com as denúncias, um falso corretor de imóveis teria negociado casas e apartamentos populares utilizando documentação falsa. Ele chegou a vender as mesmas unidades para várias pessoas. Os múltiplos compradores apenas descobriram o golpe quando se encontraram, coincidentemente, nos imóveis.
A Polícia, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), acompanha a princípio um grupo de 23 pessoas, que denunciou Túlio Venturoti Cardoso como sendo o falso corretor responsável pelo golpe. O delegado titular da Especializada, Jaime Paula Pessoa Linhares, no entanto, acredita que haja muito mais vítimas do homem que nem sequer desconfiam que foram lesadas nas ações.
Túlio trabalhou em uma construtora, o que conforme a Polícia, lhe garantia acesso a informações privilegiadas acerca dos proprietários reais dos imóveis. De posse de tais dados, ele forjava documentos para obter procurações e negociar os apartamentos e casas indiscriminadamente. Ele teria iniciado o esquema ano passado e parado somente no começo deste mês de junho.
"Ele pegou alguns empreendimentos dos quais tinha conhecimento, por ter trabalhado na construtora responsável, e vendeu para várias pessoas físicas e jurídicas. Temos mais de 23 vítimas dessas transações. De posse das informações que tinha, falsificou documentos de identidade, foi no cartório da 6ª Zona e registrou procuração falsa em nome dos reais proprietários dos prédios e apartamentos para ele próprio. De posse dessas procurações, efetivamente lavradas no cartório, ele fazia as negociações", disse Linhares.
Segundo o delegado, o próprio cartório já entrou em contato com a Delegacia para informar que foi procurado pelos reais proprietários dos imóveis, que negavam ter autorizado Túlio a utilizar seus nomes e dados.
"O cartório nos enviou comunicado para que tomássemos providência pois recebeu várias escrituras em que Túlio aparece como vendedor dos imóveis. Para se ter uma ideia, há dezenas de números de matrículas de terrenos que o cartório está sustando, de pessoas se dizendo vítimas, de imóveis que estavam sendo transferidos de forma fraudulenta. O cartório nos comunicou que as procurações de Túlio tornaram-se todas inválidas", ressaltou Linhares.
'Culpa' da crise
O golpe, conforme apurou a Polícia, consistia em apelar para o preço atrativo na negociação. O falso corretor oferecia os imóveis a preços bem abaixo do mercado e exigia o pagamento integral para liberação das chaves. Um prédio inteiro, localizado na Rua Paulina de Arruda, na Messejana, conforme as apurações, teria sido vendido para três a quatro pessoas diferentes. Avaliado em torno de R$ 5 milhões, o imóvel foi negociado por Túlio por pouco mais de R$ 1 milhão.
"Um apartamento de R$ 300 mil ele vendia a R$ 100 mil. Ele argumentava, e essas pessoas foram ludibriadas. Teve pessoa que chegou a ocupar um imóvel e foi colocada pra fora, pois o dono verdadeiro chegou. Pessoas que deram veículos, além do dinheiro, que se desfizeram do que tinham para garantir o imóvel. Ele fez uma verdadeira rede de arrasto com relação a essas vítimas", revelou.
Além do prédio em construção na Messejana, a Polícia tomou conhecimento que Túlio ainda negociou um apartamento na Rua Osório Correia, no Presidente Vargas; uma casa, na Rua Mário Filho, no Mondubim; e um terreno na Rua Portugal, no Barroso, Grande Messejana.
Túlio está desaparecido há cerca de um mês. A Polícia suspeita que ele esteja escondido em algum outro Estado do Nordeste. A reportagem esteve no apartamento localizado na Rua Paulina de Arruda. No local, algumas pessoas conhecem a história do golpe e relatam momentos de tensão.
"Ele vinha sempre por aqui, aí parou de vir. De repente, começou a vir muita gente atrás dele. Teve um homem que mostrou uma arma aqui, dizendo que era pra matar o Túlio. Teve outro que passou a tarde inteira na calçada esperando por ele. Mas faz um mês, mais ou menos, que ninguém vê esse cara por aqui", disse um popular.
Diário do Nordeste
A Polícia, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), acompanha a princípio um grupo de 23 pessoas, que denunciou Túlio Venturoti Cardoso como sendo o falso corretor responsável pelo golpe. O delegado titular da Especializada, Jaime Paula Pessoa Linhares, no entanto, acredita que haja muito mais vítimas do homem que nem sequer desconfiam que foram lesadas nas ações.
Túlio trabalhou em uma construtora, o que conforme a Polícia, lhe garantia acesso a informações privilegiadas acerca dos proprietários reais dos imóveis. De posse de tais dados, ele forjava documentos para obter procurações e negociar os apartamentos e casas indiscriminadamente. Ele teria iniciado o esquema ano passado e parado somente no começo deste mês de junho.
"Ele pegou alguns empreendimentos dos quais tinha conhecimento, por ter trabalhado na construtora responsável, e vendeu para várias pessoas físicas e jurídicas. Temos mais de 23 vítimas dessas transações. De posse das informações que tinha, falsificou documentos de identidade, foi no cartório da 6ª Zona e registrou procuração falsa em nome dos reais proprietários dos prédios e apartamentos para ele próprio. De posse dessas procurações, efetivamente lavradas no cartório, ele fazia as negociações", disse Linhares.
Segundo o delegado, o próprio cartório já entrou em contato com a Delegacia para informar que foi procurado pelos reais proprietários dos imóveis, que negavam ter autorizado Túlio a utilizar seus nomes e dados.
"O cartório nos enviou comunicado para que tomássemos providência pois recebeu várias escrituras em que Túlio aparece como vendedor dos imóveis. Para se ter uma ideia, há dezenas de números de matrículas de terrenos que o cartório está sustando, de pessoas se dizendo vítimas, de imóveis que estavam sendo transferidos de forma fraudulenta. O cartório nos comunicou que as procurações de Túlio tornaram-se todas inválidas", ressaltou Linhares.
'Culpa' da crise
O golpe, conforme apurou a Polícia, consistia em apelar para o preço atrativo na negociação. O falso corretor oferecia os imóveis a preços bem abaixo do mercado e exigia o pagamento integral para liberação das chaves. Um prédio inteiro, localizado na Rua Paulina de Arruda, na Messejana, conforme as apurações, teria sido vendido para três a quatro pessoas diferentes. Avaliado em torno de R$ 5 milhões, o imóvel foi negociado por Túlio por pouco mais de R$ 1 milhão.
"Um apartamento de R$ 300 mil ele vendia a R$ 100 mil. Ele argumentava, e essas pessoas foram ludibriadas. Teve pessoa que chegou a ocupar um imóvel e foi colocada pra fora, pois o dono verdadeiro chegou. Pessoas que deram veículos, além do dinheiro, que se desfizeram do que tinham para garantir o imóvel. Ele fez uma verdadeira rede de arrasto com relação a essas vítimas", revelou.
Além do prédio em construção na Messejana, a Polícia tomou conhecimento que Túlio ainda negociou um apartamento na Rua Osório Correia, no Presidente Vargas; uma casa, na Rua Mário Filho, no Mondubim; e um terreno na Rua Portugal, no Barroso, Grande Messejana.
Túlio está desaparecido há cerca de um mês. A Polícia suspeita que ele esteja escondido em algum outro Estado do Nordeste. A reportagem esteve no apartamento localizado na Rua Paulina de Arruda. No local, algumas pessoas conhecem a história do golpe e relatam momentos de tensão.
"Ele vinha sempre por aqui, aí parou de vir. De repente, começou a vir muita gente atrás dele. Teve um homem que mostrou uma arma aqui, dizendo que era pra matar o Túlio. Teve outro que passou a tarde inteira na calçada esperando por ele. Mas faz um mês, mais ou menos, que ninguém vê esse cara por aqui", disse um popular.
Diário do Nordeste