Ao discursar na Assembleia Legislativa, na última terça-feira (2), o governador Camilo Santana (PT), assegurou que o Ceará é um dos estados brasileiros com maior transparência na divulgação de índices da criminalidade. No entanto, na prática, a situação é outra. De forma constante, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), omite e retarda em seu site os registros dos casos de homicídios e outros tipos de mortes violentas.
Exemplo disso é que desde o último dia 27 de janeiro, o site da SSPDS não divulga as ocorrências diárias registradas pelos seus órgãos vinculados, entre eles, a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e a Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
É a fórmula encontrada pelos gestores da SSPDS com o objetivo de manipular, omitir ou retardar para a Imprensa a divulgação do quantitativo de assassinatos que ocorrem diariamente em todo o estado. Esta tática é utilizada, principalmente, nos finais de semana, em feriados prolongados e no fim de cada mês, como ocorre no momento.
Outra estratégia que a SSPDS montou para dificultar a publicação pela Imprensa dos casos de Crimes Violentos Letais e Intencionais, ou CVLIs, que incluem homicídios, latrocínios (roubos com morte) e lesões corporais seguidas de morte, é não citar na lista de registros de corpos examinados pela Perícia Forense, a causa de cada óbito.
Uma terceira tática para omitir os registros é a alegação de que a SSPDS não recebeu à tempo, no processo de postagem das ocorrências, os registros dos Comandos de Policiamento do Interior (CPI Norte e CPI Sul). Esta prática é freqüente, principalmente, nos dias em que acontece uma taxa elevada de homicídios no interior.
A média de assassinatos no Ceará permanece em torno de 12 por dia.
Blog do Fernando Ribeiro