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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Após 70 dias da chacina em Messejana, assassinos continuam impunes. PF faz perícias em armas de policiais suspeitos

Setenta dias após a maior chacina já registrada em Fortaleza, as autoridades da Segurança Pública ainda não se pronunciaram acerca da resolução do caso. Assim, os responsáveis pela morte de 11 pessoas seguem impunes.

A chacina ocorreu na madrugada do dia 12 de novembro passado nas comunidades do Curió, Lagoa Redonda e Conjunto São Miguel, situadas na Grande Messejana,  na zona Sul da Capital cearense. Entre os 11 mortos estavam, pelo menos, quatro adolescentes.

As 11 pessoas foram executadas a tiros de pistolas. Algumas foram abordadas no meio da rua. Outras, arrancadas à força de dentro de suas casas quando dormiam ao lado de familiares.  Das 11 vítimas, apenas três tinham histórico criminal.

As investigações em torno do fato estão concentradas na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD). Indícios levantados ainda no início da apuração, através de inquérito instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelaram a participação de agentes da Segurança Pública na matança.

Perícias

Três delegadas estão responsáveis pela investigação do caso. À pedido formal do Governo do Estado do Ceará, a Polícia Federal entrou no caso e está realizando perícias balísticas em várias armas de fogo (pistolas) apreendidas durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas de policiais suspeitos.

A investigação segue em sigilo. As delegadas Adriana Câmara, Reny Sales e Bianca Araújo já ouviram cerca de 80 pessoas na sede da CGD, entre suspeitos, testemunhas e familiares das vítimas.
Para as autoridades, não restam mais dúvidas de que a chacina que vitimou as 11 pessoas está ligada ao assassinato de um policial militar, cujo crime ocorreu apenas algumas horas antes, no bairro Lagoa Redonda.  Teria sido uma vingança coletiva à morte do PM. 

Veja a lista das vítimas mortas na chacina de 12 de novembro:

1- Antônio Álisson Inácio Cardoso, 17 anos (morto na Rua Lucimar de Oliveira/Curió)
2- Marcelo da Silva Pereira, 18 anos (morto na Rua Lucimar de Oliveira/Curió)
3- Patrício João Pinho Leite, 16 anos (morto na Rua Elza Leite Albuquerque/Curió)
4- Francisco Elenildo Pereira Chagas, 41 anos (morto na Rua Elza Leite Albuquerque/Curió)
5- Jandson Alexandre de Sousa, 19 anos (morto na Rua Elza Leite Albuquerque/Curió)
6- Valmir Ferreira da Conceição, 20 anos (Rua Elza Leite Albuquerque/São Miguel)
7- Marcelo da Silva Mendes, 17 anos (morto na Rua Elza Leite Albuquerque/São Miguel)
8- Pedro Alcântara Barroso do Nascimento, 18 anos (morto na Rua Lucimar de Oliveira/Curió)
9- Alef Sousa Cavalcante, 17 anos (morto na Rua Professor Arthur de Carvalho, Lagoa Redonda)
10 -Renaylson Girão da Silva (morto na Rua Professor Arthur de Carvalho, Lagoa Redonda)
11- Jardel Lima dos Santos, 17 anos (morto na Rua Elza Leite Albuquerque/Curió)

Blog do Fernando Ribeiro