O medo e o susto deram lugar à esperança no último dia 1º. Foi essa a data em que Carlos Alexandre da Silva, 32, sushiman na cidade de Sobral (a 250 quilômetros de Fortaleza), teve parte do fígado retirado para salvar a vida da filha dele, Yasmin, de um ano e cinco meses. O transplante ocorreu no Hospital das Clínicas, em São Paulo, e o traslado e outras despesas foram custeadas pelo Governo do Estado do Ceará após determinação judicial. Pai e filha se recuperam bem.
Carlos Alexandre entrou com o pedido na Justiça para que o município de Sobral e a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) custeassem passagens e outras despesas, como as de deslocamento, para o tratamento da filha em São Paulo. A hospedagem não precisou ser paga já que a família ficou na casa de um primo, na zona sul de São Paulo. O pedido de urgência, por conta da possibilidade de morte da menina, agilizou a decisão e a cirurgia foi realizada terça-feira da semana passada, dia 1º.
A idade mínima para realizar um transplante de fígado no Ceará é de dois anos. Por isso, o procedimento foi realizado em outro estado. “Estamos bem. Eu já recebi alta, mas a minha filha ainda precisa receber medicamentos imunossupressores para que o corpo não rejeite o fígado”, conta Carlos. “Não pestanejei nenhum segundo quando soube que poderia ser o doador da minha filha”, diz ele.
“Tratamos da Yasmin para evitar agravamento do quadro, para evitar falência hepática e assim garantir o sucesso do transplante”, afirmou a diretora de processos assistenciais do Hospital Regional Norte de Sobral, a pediatra Manoela de Castro. Foi no hospital da cidade que o diagnóstico da criança foi dado.
A mãe da menina, a dona de casa Sônia Ana Fernandes, 28, está fazendo o acompanhamento da filha no hospital. A previsão é que a menina receba alta em novembro. O filho mais velho do casal, Pedro Paulo, 6, ficou aos cuidados da avó paterna, em Sobral.
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