O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a conversa que ele teve nesta semana com a presidente Dilma Rousseff foi sobre “economia e orçamento”. A frase foi dita depois de ser perguntado por jornalistas se nesta reunião foi discutida a sua permanência ou saída do governo. “Não se discutiu em nenhum momento eu ficar ou não”, afirmou.
Ele disse que discute “políticas” públicas e ressaltou que o importante é o País viabilizar a meta de superávit primário de 0 7% do PIB para 2016. “Ajustes com cortes e mais imposto funciona em vários países e pode ser assim no Brasil”, afirmou. “Temos que ter humildade em novos compromissos fiscais. Vejo que temos que tomar decisões firmes para manter o grau de investimento”, ressaltou.
“O risco de perder o grau de investimento está ligado à execução do ajuste fiscal”, disse. Levy fez os comentários ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, depois de participarem das reuniões do G-20 na capital da Turquia.
O ministro disse, ainda, neste sábado que até o final do ano a economia voltará a crescer, na margem. “Mas só vai ter retomada do crescimento se não tiver perda do grau de investimento”, afirmou em entrevista, numa das várias vezes que enfatizou a necessidade da realização do ajuste fiscal. “A questão do investment grade gera incertezas. E quando há dúvidas fica difícil o PIB crescer”, ponderou.
Na avaliação do ministro, já há sinais de recuperação da economia, especialmente nas contas externas, com melhor desempenho das exportações líquidas. “A agricultura vai bem. A safra cresceu 8%, segundo alguns”, acrescentou. “Daqui a pouco, as empresas reduzirão bem os estoques”, disse.
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