Mais quatro pacientes do Hospital de Messejana faleceram, totalizando sete, dentre os oito infectados com a bactéria Acinetobacter baumannii. Os dois últimos casos de óbito foram notificados na última sexta-feira, dia 9. O único sobrevivente ainda está isolado, mas não corre mais risco de morte. As informações são da Redação Web do Diário do Nordeste.
Na última semana, foi registrada uma disseminação da bactéria no hospital, provocando um isolamento da Unidade de Risco 1, onde estavam internados pacientes com sério problemas cardíacos e pulmonares.
O local passou por um processo de desinfecção, que iniciou no dia 4 de maio e foi concluído no último sábado (10). Desde então, a ala voltou a receber pacientes em estado grave. O procedimento é considerado rotineiro, para prevenir os pacientes contra infecções deste tipo. Na noite de ontem a unidade já havia recebido catorze novos paciente.
A primeira mortes de pacientes contaminados pela bactéria aconteceu no dia 7 de abril. A partir do dia 1º de maio, quando foi constatada a quarta morte, o hospital passou a tomar as medidas de segurança para que mais pacientes não tivessem contato com o microrganismo.
Segundo o coordenador da comissão de infecção pulmonar do Hospital da Messejana, Draúlio Matias, as mortes das sete pessoas não necessariamente foram causadas pela bactéria, mas a infecção pode ter influenciado.
"Todos os pacientes que foram infectados possuem doença crônica. Não posso dizer que a morte deles está relacionada com a bactéria, mas que ela ajuda, ajuda", diz o infectologista. O médico garante que não há mais ninguém infectado na unidade de saúde. "É uma bactéria que existe em todo hospital. Então, não podemos dizer que ela não vai se alastrar mais. Mas não temos mais nenhum paciente infectado lá na unidade. Conseguimos parar a disseminação", ressaltou Matias.
O paciente sobrevivente segue em "precaução de contato" na UTI cardiopulmonar. "Nós o isolamos, pois a bactéria se alastra por meio do contato. Ele está em precaução de contato, onde usa avental de mangas compridas, touca e luvas", concluiu o coordenador.
A disseminação da bactéria, porém, não aumentou a média de mortes no Hospital da Messejana. Durante os meses de março e abril, morreram 89 pacientes na unidade, e nos primeiros 11 dias de maio, 31 óbitos foram registrados.
Transmissão
A Acinetobacter baumannii causa septicemia, ou seja, uma infecção geral grave no organismo. A bactéria é considerada super-resistente, sendo imune a diversos tipos de medicamentos. Pode ser transmitida pelo contato com pessoas infectadas e consegue resistir por períodos prolongados em materiais como os equipamentos hospitalares, por isso é considerada uma das principais causas de infecções.
Diário do Nordeste