Investigadores concluíram que Delcídio tentou esconder de R$ 4 milhões em propina com silêncio de Cerveró
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) pediu, nesta sexta-feira (1º), a absolvição do ex-presidente Lula (PT) e do banqueiro André Esteves, dono do BTG, no caso da suposta tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. O órgão pediu ainda a perda dos benefícios da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, responsável pela denúncia em sua delação premiada.
Os investigadores concluíram que não há provas de que o banqueiro e o ex-presidente participaram do esquema criminoso e, ainda segundo os agentes, Delcídio mentiu sobre fatos que levaram à abertura da ação penal contra sete pessoas. O MPF pediu a condenação do advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró, do pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho Maurício, além de Diogo Ferreira, ex-assessor de Delcídio.
“Para o procurador, ao contrário do que afirmou Delcídio do Amaral – tanto na colaboração quanto no depoimento dado à Justiça -, o pretendido silêncio de Cerveró, que à época cumpria prisão preventiva, não foi encomendado ou interessava a Lula, mas sim ao próprio senador”, aponta o MPF-DF.
Para os investigadores, as provas coletadas indicam que o próprio Delcídio queria o silêncio de Cerveró. O principal interesse do ex-senador era impedir que o ex-diretor da Petrobras revelasse que “Delcídio recebeu R$ 4 milhões da construtora UTC como propina e que o dinheiro foi usado em caixa dois em sua campanha ao governo do estado do Mato Grosso”.
Por fim, o MPF defende que, para evitar a revelação do pagamento de propina, o então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro – também preso pela Lava Jato – orientou seu cliente a afirmar “falsamente que os valores foram destinados à campanha presidencial de Lula” em 2006.
Com informações da Folha de S.Paulo