Confusão, agressões físicas e bate-boca marcaram mais uma sessão do Conselho de Ética que analisa representação do Psol e Rede contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Após manobra do peemedebista, que trocou o relator do processo contra ele no Conselho, os deputados se reuniram novamente, na manhã de ontem, para dar seguimento aos trâmites do que poderá resultar na cassação do presidente da Casa.
O encontro rendeu bate-boca e ofensas físicas, culminando em mais um adiamento da sessão, o sétimo. Na ocasião, aliado de Cunha, o deputado Wellington Roberto (PR), saiu no tapa com o deputado Zé Geraldo (PT). O petista acusou apoiadores do peemedebista de “bagunçar” a sessão e protelar o andamento dos trabalhos, o que gerou insatisfação na ala opositora.
Acalmados os ânimos, o ex-relator Fausto Pinato (PRB), e vice-presidente do Conselho, usou o microfone para desabafar sobre sua destituição. O deputado, que afirmou ter sofrido ameaças durante a produção do relatório, criticou interferências no processo.
“Aqui tem que respeitar, há diferença, há o debate, existe democracia. Não é a força e pancadaria que vai colocar a maioria (aqui). O que nos assusta é a falta de coragem de querer se defender”, declarou. Ele disse ter recebido o telefonema de solidariedade do presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho.
Apesar da sessão conturbada, o presidente José Carlos Araújo (PSD) conseguiu anunciar formalmente o novo relator, deputado Marcos Rogério (PDT).
O parlamentar já adiantou que deve apresentar o relatório na próxima terça-feira, 15, recomendando a continuidade nas investigações contra o presidente Cunha. “Espero que não haja nenhuma ameaça. O enfrentamento no Conselho de Ética tem que ser feito com as armas do processo, de defesa e de acusação”, disse deputado sobre intimidações relatadas pelo ex-relator.
Apesar da aparente pressa do Conselho de Ética em votar o relatório ainda na próxima semana, aliados de Cunha deverão usar de recursos regimentais para atrasar ainda mais o processo de análise de representação. (com agências de notícias)
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Outra confusão iniciou-se depois que o presidente Carlos Araújo afirmou que a Secretaria-Geral da Mesa tinha dado o aval para a nomeação de Pinato como relator. O deputado foi destituído por decisão do vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha. O secretário-geral da Câmara, Silvio Avelar, teve de ir pessoalmente ao Conselho de Ética negar ter dado o aval. O Conselho de Ética ainda aprovou por 16 votos a 0 arquivamento do processo que pedia a cassação do deputado Chico Alencar (Psol-RJ). Apresentado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), um dos principais aliados de Cunha, a representação apontava suspeita de uso irregular de verbas da Câmara.
O Povo Online