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quarta-feira, 11 de março de 2015

Gremista, Baier admite "sonho" de jogar no Tricolor, mas rechaça mágoa


Pare para ouvir Paulo Baier. Não faltarão histórias sobre suas passagens por grandes clubes, como Atlético-MG, Palmeiras, Botafogo e Vasco, mas principalmente sobre gols. Estes são acontecimentos corriqueiros em seus mais de 20 anos de carreira como jogador de futebol. Também pudera, o meia é o artilheiro do Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos, com 106 gols marcados. Aos 40 anos, retornou aos gramados para defender o Ypiranga-RS em sua terra natal, em 2015, e voltar a balançar as redes. Já são cinco tentos em cinco jogos pelo Gauchão. Com tudo isso vivido, só faltou ao veterano defender o clube do coração, o Grêmio, adversário de sua equipe nesta quarta-feira, às 22h, no Colosso da Lagoa.

Baier nunca escondeu o sonho de vestir a camisa gremista, tão ostentada por sua família em Ijuí, cidade natal, no noroeste do Rio Grande do Sul. Rechaça, porém, que não ter atuado pelo Tricolor faça falta a sua carreira, e encara com naturalidade o confronto com o time pelo qual torcia quando criança. 

- Quando eu era criança, torcia para o Grêmio. Sempre fui gremista. Eu poderia ter jogado, já foi um sonho na minha carreira, mas as coisas infelizmente não aconteceram. O Grêmio nunca me procurou. Nunca esteve interessado, então não vejo como um marco negativo da minha carreira. Eu até já enfrentei  o Grêmio várias vezes, pelo Goiás, Palmeiras, Atlético-PR. Sempre procurei fazer meu melhor. Não será diferente nesta quarta - afirma o meia, em conversa por telefone com o Globo Esporte


Especial para o meia será o encontro com Luiz Felipe Scolari à beira do campo antes do início da partida. Mesmo sem ter sido comandado por Felipão, Baierdiz fazer questão de saudá-lo. O respeito é mútuo. No treino desta terça-feira, o comandante gremista tratou de orientar os gremistas a ter cuidado com a bola parada do camisa 10.

- Eu tenho um carinho muito grande por ele. Sempre me cumprimentou, sempre que joguei contra ele. Isso, a gente marca. Não temos uma aproximação muito grande, mas sinto que ele tem um respeito muito grande por mim. E eu tenho um grande respeito por ele. Faço questão de cumprimentá-lo. É um cara bacana. Vencedor - destaca Baier.

A partida contra o Grêmio será o primeiro confronto de Paulo Baier contra um dos grandes clubes do estado desde seu retorno aos gramados, pelo Ypiranga-RS. Motivo especial para que o meia faça prevalecer sua experiência perante os demais companheiros de equipe. O meia pede respeito ao Tricolor, mas sem deixar de fazer valer o mando de campo no Colosso da Lagoa.

- Lógico que tem que ter um respeito pela camisa, pelo treinador, pelo jogadores. Mas a gente também procura fazer nossa parte aqui em Erechim. Como temos o nosso campo, que vem sendo forte, é procurar fazer o nosso dever de casa para fazer o jogo - ressalta.


Procurado por outros clubes no começo do ano, Paulo Baier escolheu o Ypiranga para ficar próximo da família - a distância entre Erechim e Ijuí chega a pouco mais de 240 quilômetros. Pesou ainda a presença de Leocir Dall'Astra, comandante da equipe, de quem é amigo. Sem grandes planos para o futuro, almejava "se divertir" neste primeiro sempre pelo Gauchão. Fez mais do que isso.

Antes mesmo de entrar em campo, o meia já alavancara as finanças do Ypiranga, ao aproximar o torcedor do Colosso da Lagoa. Fez ainda mais com a bola nos pés. Em cinco jogos, alavancou o poderio ofensivo da equipe, dona do melhor ataque do Gauchão, com 15 gols. Cinco deles anotados pelo camisa 10, vice-artilheiro da competição. Não para por aí. O clube de Erechim é terceiro colocado, com 16 pontos e um jogo a menos. Em aproveitamento, empata com o líder, Brasil de Pelotas, com 66,7%. Nada que cause surpresa ao veterano.

- Eu sou artilheiro dos pontos corridos. A gente até espera que isso ocorra - se diverte. O time está bem. A rapaziada se adaptou bem à minha chegada. Estamos na terceira colocação, com um jogo a menos. O ambiente está muito bom. O treinador é muito bom, está encaixando as peças, e o meu nome é forte perante a mídia. Hoje, o Ypiranga é conhecido pelo Brasil inteiro. Foi uma tacada bacana. Agora, é trabalhar para se classificar entre os oito colocados.

O retrospecto leva Baier a projetar voos maiores nesta que surge como sua provável última temporada como profissional. Focado no desempenho pelo Ypiranga, manifesta o desejo de retornar à Série A em 2015.

- O objetivo, primeiro, é terminar o Gauchão. Quero jogar mais esse ano, mas não posso ter uma expectativa. Primeiro, temos que ver o que vamos conseguir com o Ypiranga. Vou seguir me divertindo. A Série A é meu objetivo, mas vamos esperar para ver como acaba. Como vou me comportar - pondera.

Fonte:  Globo Esporte