-->

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Carioca é liberada pela Justiça para deixar Fortaleza


A carioca Mirian França, que havia sido presa temporariamente pela morte da turista italiana Gaia Molinari, foi liberada pela Justiça para deixar Fortaleza, a partir desta quinta-feira (12). Segundo a Defensora Pública Gina Moura, “não há determinação judicial para a permanência de Mirian em Fortaleza, ela colaborou em tudo que foi solicitada”, que classificou o inquérito como "muito nebuloso".  A carioca, que é doutoranda no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), deve deixar a capital cearense nos próximos dias.

Assassinato
Gaia Molinari foi encontrada morta em Jericoacoara no dia 25 de dezembro do ano passado. Segundo o laudo da perícia, a italiana foi espancada, teve o rosto e pulsos cortados e morreu por estrangulamento. A prisão da carioca dias depois levantou uma campanha de movimentos que consideraram que a estudante foi presa por preconceito racista, além de abrir uma crise entre a polícia e a Defensoria Pública.
Segundo a polícia, a amiga de Gaia foi presa por se contradizer durante o depoimento. Segundo a polícia, elas teriam se conhecido em Fortaleza antes do Natal. Para a Defensoria Pública, no entanto, não houve contradições. “O que se especula são coisas da personalidade dela, por ser introspectiva, por decidir passar o Natal sozinha”, disse a defensora Gina Moura, afirmando ainda que está “tudo muito nebuloso” nas investigações.
Família e investigação
A defensora falou também sobre as declarações da mãe de Gaia Molinari, Valentina Carraro. A mulher afirma ter estranhado quando a filha contou que a viagem a Jericoacoara ficaria por conta da carioca, pois Mirian e Gaia se conheciam há poucos dias. A mãe da italiana também teria dito que a filha achava “esquisito” o comportamento da estudante, sempre isolada.
Gina Moura disse ter tido acesso às declarações de Valentina Carraro, cuja tradução foi feita pelo Consulado Italiano. A defensora explica que as despesas da viagem não foram pagas pela estudante, mas sim que ela dispunha de créditos em uma pousada. Em troca da hospedagem, Gaia deveria pagar refeições e a italiana também pagou pelo próprio transporte.
“A Gaia pediu para ficar por mais um dia. Inclusive há uma declaração do gerente do hostel onde ela trabalhava em Fortaleza que comprova isso, não só porque ela gostou do lugar, mas porque ela estava se sentindo mal”, conta a defensora, afirmando ainda não ter informações sobre outros suspeitos de cometer o crime. “Até onde eu tenho acesso [ao inquérito], não há algo concreto que possa levantar algum suspeito. Esse inquérito tem que ser exaustivo”, disse.
FONTE G1