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sábado, 7 de janeiro de 2017

288 raios atingiram Ceará em 4 dias

Banabuiú. De 1º a 4 de janeiro, foram registrados 288 raios no Ceará, um número cerca de 20% maior se comparado a igual período do ano passado. De acordo com dados da Enel Distribuição Ceará (antiga Coelce), o município de Granja, na região Norte segue, desde o ano passado, como líder na incidência do fenômeno, já tendo registrado 89 descargas elétricas neste ano.

Em 2016 foram registrados 22.596 raios no Estado. No ano anterior foram contabilizados mais de 140 mil raios em todo o Ceará. Em 2016, o Município de Granja já era o que contabilizava o maior número, 1.291, seguido de Santa Quitéria (946) e Sobral (941).

Redução

Segundo o gerente de operações da Enel, Eduardo Gomes, embora possa parecer uma quantidade alta, o número de descargas atmosféricas tem diminuído ao longo dos últimos tempos.

"A gente tem percebido que, nos últimos anos ele tem se mantido estável e diminuído um pouco, em relação aos anos anteriores, porque está associado à quadra chuvosa. Estamos passando por um período de seca, que faz com quê as incidências de raios diminuam", afirmou. Neste período de pré-estação chuvosa, ele explicou que, curiosamente, o número de raios está aumentando no Estado.

"A curto prazo, eles têm se intensificado. Daí não podemos dizer que neste ano vai cair mais raios. Vai depender do período chuvoso, se ele vai se configurar realmente", explica o gerente.

Na maior parte das vezes os raios são originados das nuvens do tipo cúmulo nimbus. No sertão, elas são conhecidas pela sua cor mais forte e escura. É aquela que aparece no céu e impressiona quem a vê. Essas nuvens são maiores do que as de outros tipos, o que contribui para provocarem as descargas.

Conforme o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz, a incidência de raios é ocasionada por um tipo de formação de nuvem chuvosa que se origina a partir de dois fenômenos meteorológicos.

"Isso pode ser devido a uma proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que mesmo estando sobre o oceano, influencia a parte norte do Ceará, do Piauí e do Maranhão. Ao mesmo tempo tem outro fenômeno, que são os Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), que atuam no Nordeste", detalhou Fritz.