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terça-feira, 5 de julho de 2016

Refinaria prometida para o Ceará deve ir para Minas Gerais


As forças políticas do Ceará precisam se mexer para defender os interesses do Estado. Vale o exemplo da Petrobras. O projeto da Refinaria Premium II foi abortado pela empresa, mas a Agência Nacional de Petróleo (ANP) tem reiterado a necessidade de aumento da produção no País para afastar o risco de colapso no abastecimento em 2030.

A previsão da ANP é de um déficit de 1,2 milhão de barris por dia. Para ter autossuficiência, a direção da instituição já declarou que seria necessário construir o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a refinaria Premium I, no Maranhão, e outra no Triângulo Mineiro. A retomada desses projetos pode ocorrer em 2017.

Na visão de funcionários da Petrobras, está havendo uma clara transferência do projeto da Premium II, que representou um grande investimento do Estado, para Minas Gerais. A ideia de uma refinaria no Triângulo Mineiro é defendida pela ANP com a alegação de que estaria mais próxima dos centros consumidores, mas existe uma contestação técnica: “O ideal não seria Minas, pois a refinaria deve ficar próxima a um porto”, acrescenta o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras do Nordeste Setentrional, Ricardo Pinheiro.

ENERGIA 1

RETROCESSO NA ÁREA DE PETRÓLEO

Há um temor sobre o aumento da concentração na distribuição e produção de energia no País. “Está ocorrendo um retrocesso. Tem que haver uma melhor distribuição”, alerta Ricardo Pinheiro.

Ontem, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, esteve em Fortaleza para comemorar os 50 anos da Lubnor, que ocorreu no final de junho, e anunciar desinvestimentos no Estado. Ele falou sobre a revisão dos planos da empresa. Em seguida viajou para Sergipe, mas essas perguntas continuam abertas.

ENERGIA 2

CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Estudo de logística e energia realizado pelo IBGE em 2015 já mostrava os desafios nacionais para a superação das desigualdades e para atender a demanda energética em um país continental. O documento falava da concentração excessiva da produção nas regiões Sudeste, Sul e parte do Centro-Oeste. O Rio de Janeiro, por exemplo, é responsável por quase 70% de toda a produção de petróleo (68,4%) e por 34,8% da produção de gás natural.

Ou seja, com o processo de desinvestimento no Nordeste, a tendência é piorar esta situação.

IMPORTAÇÃO

EFEITOS DO DÓLAR EM SETEMBRO

O dólar acumula queda de 17,30% em 2016, mesmo com a sua valorização ontem e na última sexta-feira. Eis o efeito: a melhora nas encomendas dos importadores. O consultor Paulo Elias, diretor-comercial da Ghia, fala que os consumidores devem sentir esse impacto em setembro ou outubro, com a chegada das compras feitas agora.

Ele explica que o varejo reage mais rápido e pode haver reflexos do câmbio nas cestas de produtos para o Natal. Com relação à indústria, ocorre melhora na compra de peças de reposição de máquinas.

Um dólar de equilíbrio para atender exportadores e importadores, segundo Paulo Elias, deveria girar em torno de R$ 3,40.

INOVAÇÃO

CRIAÇÃO DE REDES COLABORATIVAS

As entidades regionais estão mais preocupadas com a criação redes colaborativas. O Banco do Nordeste lançou o Hub da Inovação e a Federação das Indústrias do Ceará promove na sexta-feira o Fórum de Redes Colaborativas e Ecossistemas de Empreendedorismo, Sustentabilidade e Inovação. O evento pretende apresentar experiências e debater modelos de arranjos organizacionais para o fortalecimento do ambiente de negócios local.

AÇO CEARENSE

MAIS UMA VEZ ENTRE AS MAIORES

O Grupo Aço Cearense está mais uma vez entre os 200 maiores do País. Mesmo com o mercado recessivo, avançou sua participação em 2015 e ficou na 179ª posição na lista dos grandes grupos nacionais. O levantamento é da revista Exame. Vale ressaltar que o Grupo faturou em 2015 um total de R$ 2,5 bilhões.

PUBLICITÁRIOS

ENCONTRO NACIONAL

A reunião nacional da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) será realizada na próxima sexta-feira, em Fortaleza. Os publicitários irão discutir as perspectivas para a economia; a tecnologia aplicada às eleições; a produtividade digital; o futuro do mercado publicitário; e os impactos da Lei de Responsabilidade das Estatais.

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.” 

Eduardo Galeano (1940-2015), escritor uruguaio

O Povo Online