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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Janot pede que STF investigue Aécio, Cunha, Edinho e ministro do TCU

Presidente do PSDB negou as acusações e defendeu prosseguimento das investigações

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta segunda-feira, 2, um pacote de pedidos para que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue políticos citados na delação de Delcídio do Amaral (sem partido-MS) à Lava Jato. Entre os acionados, estão o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, determine a abertura dos inquéritos, Aécio passará a ser oficialmente investigado pela Operação. Cunha já é réu na Corte por outra denúncia feita anteriormente pela PGR.

Também foram denunciados por Janot o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Edinho Silva, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, e o deputado Marco Maia (PT-RS). Preso em novembro de 2015 tentando obstruir a Lava Jato, Delcídio fez delação e foi solto em fevereiro deste ano.

Denúncia

Em sua delação, Delcídio acusa Aécio de ter atuado para maquiar dados do Banco Rural na CPI dos Correios, presidida em 2005 pelo ex-petista. Delcídio disse também que Aécio teria, "sem dúvida", recebido propina em esquema de corrupção na estatal de energia Furnas.

Já Vital do Rêgo e Marco Maia cobravam, segundo o senador, "pedágios" para não convocar os empreiteiros Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa para a CPI Mista da Petrobras, realizada em 2014. Os recursos seriam utilizados para financiar campanhas dos políticos.


Em sua delação, Delcídio aponta ainda pagamento de pelo menos R$ 30 milhões de propina na construção da usina de Belo Monte, "pagos ao PT e ao PMDB". Em seu pacote, Janot pede que esta denúncia seja adicionada aos inquéritos já existentes contra diversos senadores do PMDB, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).

Aécio Neves

Em resposta ao Estado de S. Paulo, Aécio Neves disse que considera "absolutamente natural e necessário" que as investigações sejam feitas. Segundo ele, o avanço das apurações irá demonstrar, "como já ocorreu outras vezes", sua inocência. (com Estadão Conteúdo)


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