-->

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Ministério Público desmonta esquema de venda de CNH no Detran de Sobral e prende cinco pessoas

Conforme as investigações, o grupo entregava sequência de respostas dos exames para pessoas que não conseguiam ser aprovadas, mediante pagamento

Sobral. Uma operação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) resultou na prisão de cinco pessoas por fraudes no processo de aquisição da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Interior.

As ações ocorreram em Sobral e Massapê. Dentre os presos estão três servidores públicos do Núcleo regional do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), além instrutores e proprietários de autoescolas. Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos, resultando na apreensão de documentos e equipamentos.

As abordagens foram feitas no começo da manhã de ontem. Os alvos foram as casas dos investigados, as empresas supostamente envolvidas no esquema e a sede do Detran, no Bairro Cohab 3, em Sobral. O prédio foi cercado e os vigilantes, desarmados, para que as equipes tivessem acesso ao material que buscavam. Boa parte dos objetos estavam na sala de Legislação do órgão, onde, de acordo com os investigadores, a fraude era realizada pela quadrilha.

A operação é resultado de apurações realizadas pelo Gaeco, que solicitou à Justiça, por meio da 1ª Vara Criminal, a emissão dos cinco mandados de prisão temporária de todos os acusados. Os presos foram encaminhados ao Fórum da Comarca de Sobral, onde prestaram esclarecimentos. Eles responderão, nas medidas de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.

Facilitação

A fraude na emissão da CNH aconteceu com a facilitação de emissão do documento. Conforme as apurações, eram entregues as sequências das respostas dos exames para pessoas que não conseguiam ser aprovadas, incluindo analfabetos.


As pessoas dispostas a adquirir a CNH por meio de fraude procuravam as autoescolas e eram encaminhadas aos membros da quadrilha, dentro do Detran. As investigações, iniciadas no final de 2014, apontam que a quadrilha cobrava de R$ 500 a R$ 3 mil pelo documento.

Diário do Nordeste