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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Aliado de Camilo vota contra Dilma e pede perdão a Cid Gomes

Tiririca manteve o suspense sobre o voto, mas votou a favor

A traição a seus padrinhos políticos começou com um pedido de perdão no plenário da Câmara, em Brasília. Adail Carneiro (PP-CE), considerado voto “indeciso” ou mais tendente pelo “não” contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), iniciou o discurso pedindo desculpas a Lula (PT), ao ex-governador do Ceará, Cid Gome (PDT), e ao atual - Camilo Santana (PT).

Adail Carneiro havia sido exonerado por Camilo Santana, do cargo de assessor especial do governo do Ceará em Brasília, exatamente para votar contra a admissão do processo de impedimento da presidente. A dispensa de ocasião de Adail se deu três dias antes da votação.

O ex-secretário esteve também numa reunião, na semana passada, na capital federal, puxada por Camilo Santana com a presidente Dilma e parlamentares que votariam contra o impeachment da petista. Mas o desfecho da história não ocorreu como foi desenhado pelo governador cearense.

Ontem, inclusive, horas antes da votação circulou a informação de que Adail Carneiro havia se reunido com Dilma e seria voto contrário ao processo arquitetado, principalmente, pelo PMDB e pelo PSDB.

Enviamos perguntas a Camilo Santana, para saber sobre o gesto de Adail Carneiro e o futuro do ex-assessor no governo. A assessoria de imprensa de Camilo perguntou sobre o horário de fechamento, porém não retornou com as respostas.

No Twitter

Quem também chamou atenção do Brasil, no púlpito da Câmara, foi o deputado federal cearense Chico Lopes (PCdoB). A fala do comunista e professor aposentado da rede estadual de ensino do Ceará, virou um dos cinco assuntos mais comentados do Twitter. 

O “não” contra o impeachment de Dilma veio acompanhado de ironia contra os discursos de quem votou pelo “sim”. Chico Lopes se disse “emocionado com o encontro” de tanta gente honesta numa Câmara presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O deputado comentou a ‘surpresa’ com o parlamento que, no domingo, em vez de um encontro político, se encheu de “bons pais, bons maridos, bons filhos” e de pessoas que nunca tiveram parte com a Lava Jato.

Papagaio de pirata

O peemedebista Vitor Valim também foi lembrado nas redes sociais. Mas de maneira pejorativa por ter se plantado por 1h49min entre os parlamentares que se apertavam ao lado do púlpito de votação para aparecer para câmeras postadas ali. O “sim” de Valim foi acompanhado de um abraço para os manifestantes pró-impeachment que ocupavam a Praça Portugal. 

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi chamado de “gangster” por Glauber Braga (Psol-RJ) e mais de uma dezenas de vezes de “ladrão” por outros congressistas, também foi criticado por um dos deputados cearenses que votou contra o impeachment. Leônidas Cristino (PDT) afirmou que a sessão não poderia ser presidida por “um réu” da Operação Lava Jato.

A deputada Gorete Pereira (PR), que afirmou não acreditar nem no PT nem no PMDB /PSDB, se absteve de votar. E Aníbal Gomes, porque está de licença para tratamento de saúde, foi o ausente da bancada cearense.

SAIBA MAIS

O 1º pronunciamento de Tiririca (PR), deputado cearense eleito por São Paulo, foi relâmpago. “Senhor presidente, pelo meu País, voto sim”, afirmou o parlamentar, que falou no microfone do plenário da Câmara pela primeira vez desde que foi eleito, em 2010. .

Luizianne Lins (PT) foi discreta quando chegou a vez de votar pelo “não”. O que chamou a atenção foi seu visual meio riponga. Tiara e jaqueta vermelhas deram o tom.

O deputado Domingos Neto(PSD), que votou contra o impedimento de Dilma, afirmou que só um plebiscito resolveria o problema do País.


Danilo Forte (PSB), ex-peemedebista que costumava beijar a mão de Dilma Rousseff quando a presidente vinha ao Ceará, votou pelo impedimento. Ele foi ex-presidente da Funasa/CE no 1º governo Dilma.

O Povo Online