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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Polícia desmente boatos de arrastão realizado por motoqueiros

O passeio de motoqueiros pelas ruas de Fortaleza foi confundido com criminosos realizando "arrastões". Em redes sociais da internet, diversos relatos davam conta de que bandidos, vindos de comunidades como a do Morro Santa Terezinha e Serviluz, realizaram assaltos na região da av. Beira-Mar, nos bairros Meireles e Mucuripe, no fim da tarde deste domingo, 28. O barulho dos motores das motocicletas ainda foi confundido como sendo o de disparos de armas de fogo.

"Galera, está tendo arrastão na Abolição entre Virgílio Távora e Náutico e está tendo tiroteio, muitos caras de moto trocando tiros em plena Abolição. Avise aos amigos", dizia um dos textos compartilhados no aplicativo para celulares WhatsApp.

A polícia, no entanto, informa que nenhuma ocorrência do tipo foi registrada. O tenente-coronel Weberton Gomes de Loiola, comandante do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), afirmou que nenhum agente lotado no policiamento da região repassou denúncias de arrastões. A delegada Adriana Arruda, titular da Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), também não recebeu informações de assaltos em série na região. Apesar de não ter ficado de plantão no domingo, 29, ela estava de sobreaviso, sendo acionada em "qualquer ocorrência de maior gravidade".

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) relata que um grupo de motoqueiros do bairro Monte Castelo realizava um passeio, emitindo barulhos com as descargas das motos. "Assim que a Polícia foi acionada para o local o grupo dispersou. Não foi registrada nenhuma ocorrência de roubo ou disparo em via pública", informa a pasta, por meio de assessoria de imprensa.

O motociclista Gerardo Aguiar, que organizou o 17º Encontro Bimestral de Motociclistas — ocorrido em 20 de fevereiro —, diz não conhecer o grupo que realizou o passeio domingo no fim da  tarde. Ele acredita que a população tenha confundido a técnica conhecida como "estouros" com disparos. Motoqueiros "dão estouros" fechando a chave da ignição e acelerando, provocando uma centelha e causando uma combustão maior, resultando em um ruído semelhante ao de um disparo de arma de fogo. 

Saiba mais

O compartilhamento de boatos é crime, previsto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, que discorre sobre comunicação falsa de crime ou de contravenção. "Provocar ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Pena: detenção, de um a seis meses, ou multa", prevê a legislação.

O POVO Online