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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Sem Neymar e cercada de desconfiança, Seleção inicia caminhada contra animado Chile


Cercada de desconfiança e sem Neymar, a seleção brasileira inicia sua caminhada rumo à Copa do Mundo de 2018 na Rússia nesta quinta-feira diante do Chile, atual campeão da Copa América. A seleção canarinho estreia na casa do adversário, no Estádio Nacional de Santiago, às 20h30.

Pelo nível dos adversários, como o próprio Chile, Paraguai e Uruguai, além da Argentina, é claro, e pelos fracassos recentes do Brasil, esta edição das Eliminatórias promete ser uma das mais difíceis da história. Assim como o Brasil, sem Neymar, o Chile não deve contar com suas principais estrelas: Aléxis Sanchéz e Arturo Vidal.

ENFRAQUECIDO
Atual campeão da Copa América, o Chile pode estrear sem dois dos seus principais jogadores: Aléxis Sanchez e Arturo Vidal. O caso mais preocupante é o de volante, que tem um problema no joelho e foi praticamente descartado pelo técnico Jorge Sampaoli. Já Sánchez precisou ser substituído na última partida pelo Arsenal depois de sentir uma lesão muscular na virilha e também preocupa o treinador.

"O Arturo, eu vejo muito longe da partida contra o Brasil. Tem muita vontade de jogar, mas temos que avaliar como está fisicamente. Alexis, até agora, só fez recuperação. Nenhum dos dois está confirmado para amanhã", explicou Sampaoli em entrevista coletiva nesta quarta.


O treinador já se prepara para a possibilidade de não poder contar com os astros, mas discordou que os possíveis desfalques tornem o Chile mais fraco. Pelo contrário, garantiu que o título da Copa América comprovou que o país possui outros jogadores que podem complicar o Brasil.

Sampaoli lamentou o fato de estrear contra o Brasil. "Começa as Eliminatórias contra o Brasil é o pior cenário, porque segue como a maior potência do mundo entre as seleções, independente do momento que esteja vivendo. Começar contra Argentina ou Brasil é muito arriscado."

MISTÉRIO DE DUNGA
Como vem se transformando em hábito, o técnico Dunga fechou mais uma fez o treinamento desta quarta e disse que não faz isso para manter mistério - apesar de não revelar o time que inicia a partida - e sim para facilitar a concentração dos jogadores. "Eles podem tentar as jogadas e não tem movimentação, barulho que possam distraí-los. No jogo o estádio está cheio, mas aí o clima é outro."

Dunga elogiou a equipe chilena, mas garantiu que o Brasil não se limitará a se defender na partida no Estádio Nacional. "O futebol moderno mostra que, se você ficar só se defendendo, não dá certo, porque uma hora o adversário vai te acertar."

A escalação, definida por Dunga nesta quarta, mas que só será revelada horas antes da partida, não deve ser muito diferente da que o treinador vinha utilizando nos amistosos. William deve fazer função parecida à de Neymar, Oscar pode aparecer de volta no meio, Douglas Costa completa o trio na outra ponta e Hulk, mais uma vez, deve ser usado como falso 9.


Ao contrário do técnico Jorge Sampaoli, que admitiu ser ruim começar as Eliminatórias justamente contra o Brasil, o técnico Dungaentende ser indiferente fazer a primeira partida contra o Chile. Ele lamenta o pouco tempo para preparar a equipe - apenas três treinos, somente dois com o elenco completo -, mas diz que escolher adversário é perda de tempo.

"A gente teria de jogar contra todos. Se não fosse agora, na quarta, na quinta rodada, uma hora teria de enfrentar. É claro que eles estão num bom momento, mas o que temos de fazer é ocupar os espaços e sermos competitivos", disse Dunga na tarde desta quarta-feira, antes do treino da seleção no estádio da Universidad Católica.

INVICTO CONTRA O CHILE
Dunga minimizou a invencibilidade contra os chilenos, que já dura 15 anos - a última derrota do Brasil, comandado à época por Luxemburgo, foi em agosto de 2000, por 3 a 0, com gols de Estay, Zamorano e Marcelo Salas, em jogo válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão -, o treinador


"Eles também nos conhecem bem. Nós discutimos sistemas táticos com os jogadores, estudamos, passamos a melhor oportunidade de atacar, e por onde eles atacam mais, preparamos a melhor forma de jogar, mas é o jogador que decide. É importante ter algo diferente que quebre o sistema do adversário. Eles também nos conhecem, as informações estão na televisão, na internet. Dependerá de encaixarmos o que planejamos e treinamos"

BRUXA SOLTA
Quando Dunga anunciou os jogadores convocados para os dois primeiros jogos do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, a lista tinha Rafinha, Phillipe Coutinho e Roberto Firmino. Mas no grupo que treinou nesta quarta-feira em Santiago para a partida de quinta contra o Chile apareceram no campo Daniel Alves, Kaká e Ricardo Oliveira. É apenas um fato rotineiro que se repete desde que o treinador reassumiu a seleção: ele raramente conseguiu contar com o grupo original de uma convocação que fez.

Isso já aconteceu 22 vezes desde que Dunga reassumiu. Normalmente, ele perde jogadores por contusão. Mas já teve caso de indisciplina (Maicon, nos amistosos contra Colômbia e Equador no ano passado) e desta vez, teve até uma "deserção". Rafinha pediu dispensa porque não se via com chances de ser chamado regularmente e porque também cogitou jogar pela seleção da Alemanha - ele defende equipes do país atual campeão do mundo há 10 anos.