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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Greve dos bancos paralisa 395 agências e negociações não avançam


Com assembleia marcada para a próxima terça-feira, quando será feita uma avaliação do movimento, os bancários do Ceará contabilizam 395 das 567 agências existentes no Estado fechadas. Em Fortaleza, das 262 agências, 178 paralisaram, o que representa uma adesão de 68%. Já no Interior, 217 das 305 unidades existentes permaneceram fechadas, o que representa adesão de 71%.

A Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) apresentou uma proposta econômica às lideranças sindicais que prevê a participação nos lucros dos bancos, de acordo com uma fórmula que, aplicada, por exemplo, ao salário-piso de um caixa bancário, de R$ 2.560,00, pode garantir até o equivalente a quatro salários.

Os banqueiros alegam ainda que no que diz respeito ao lucro dos bancos, a proposta, nos termos da Convenção Coletiva do setor, prevê distribuição de 5% a 15% do lucro líquido aos bancários, como regra básica, além da parcela adicional que distribui mais 2,2% do lucro de cada instituição, respeitados os tetos estabelecidos na convenção coletiva de trabalho.

Observa que a fórmula de cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos sindicatos e pode chegar a mais de R$ 24.000,00, dependendo da lucratividade do banco. A participação nos lucros paga pelos bancos aos bancários é, há vários anos, um destaque dentre todas as categorias, pela sua abrangência e pelos valores individuais e coletivos envolvidos.

Os bancos pagarão, pela proposta da FENABAN, um abono imediato de R$ 2.500,00 a todos os 500 mil bancários, além de reajustar em 5,5% os salários praticados em 31 de agosto de 2015. O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses.

Os bancários, no entanto, consideram a proposta insuficiente e afirmam que os bancos, apesar da crise, têm obtido lucros estratosféricos. “Na tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, revela as altas taxas anuais cobradas por bancos mais populares e que estão entre os seis maiores do País (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC).  Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461, 24% e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, a qual cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo”.

A categoria reivindica 16% de reajuste (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras pautas, como o fim do assédio moral e das metas abusivas.

Ceará Agora