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sábado, 18 de julho de 2015

De dentro do presídio, detento "invade" página de policiais civis no Facebook

Gustavo Simplício, presidente do Sinpoci, revelou o fato nesta sexta-feira(17)

Um dia após o vazamento de um vídeo nas redes sociais em que um detento aparece fazendo ameaças de morte a outro bandido, em liberdade, surge mais uma grave denúncia do uso de celulares dentro das unidades penais da Grande Fortaleza. Desta vez, partiu do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci), a revelação de que um presidiário invadiu a página de um grupo da categoria na internet.
Na página do grupo denominado “Polícia Civil do Ceará em Ação”, no  Facebook, o preso que se identifica com o pseudônimo de Kiel Alencar, age como se estivesse em  plena liberdade, utilizando-se, certamente, de um telefone celular em sua cela.

Segundo o presidente do Sinpoci, Gustavo Simplício, em entrevista nesta manhã desta sexta-feira (17) à rede  Ceará News, desde o último dia 10 o detento passou a compartilhar do conteúdo da fanpage  da categoria. Ele atualiza as mensagens diariamente, colocando fotografias do banho de sol  no presídio e de outros ambientes da unidade prisional. Também compartilha mensagens  com os amigos e familiares e até faz novas amizades no mundo virtual.

Simplício informou que, apesar de as postagens terem se iniciado no último dia 10, somente ontem (16), o fato foi  percebido na página destinada à troca de mensagens entre os integrantes da Polícia Civil e amigos.
Crime organizado

O presidente do Sinpoci afirma que, ainda hoje, o caso será oficialmente comunicado ao delegado-geral da Polícia Civil, Andrade Júnior. Também deverá ser enviada  comunicação à Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejus), responsável pela administração do Sistema Penal do Ceará.  O sindicalista vai cobrar uma investigação de inteligência para a identificação e responsabilização do preso que fez as postagens no grupo.

Além disso,  cobrou do Estado a instalação de bloqueadores de sinal de telefonia móvel nas unidades carcerárias. “É preciso investir em bloqueadores, já que os celulares com acesso à internet chegaram às penitenciárias, pois da mesma forma que postaram comentários na nossa comunidade (fanpage), outros detentos podem utilizar o mesmo mecanismo para fortalecer o crime organizado”, advertiu.

Blog do Fernando Ribeiro