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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

No Brasil, 35% dos casais não sabem o salário do parceiro

Conforme pesquisa do SPC Brasil, apenas 31% das famílias brasileiras têm o hábito de discutir o orçamento em casa


O levantamento do SPC Brasil também mostra que, em 33% dos lares, apenas uma única pessoa paga todas as contas. O comportamento é ainda mais comum entre os casados, com 58% dos casos

Mais de um terço dos casais brasileiros (35%) não tem conhecimento do salário do companheiro. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz, apenas 31% das famílias brasileiras têm o hábito de discutir o orçamento doméstico.
A pesquisa aponta ainda, que, em 33% dos lares, apenas uma única pessoa paga todas as contas. O comportamento é ainda mais comum entre os casados, com 58% dos casos. Nas famílias em que os membros tomam decisões em conjunto, 58% conversam sobre os gastos de casa. Já nos lares em que apenas um integrante é responsável pelas despesas, a conversa existe em apenas 21% dos casos.
Quando o assunto envolve despesas pessoais, 25% dos entrevistados não compartilham seus gastos com outros membros da família.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, as mulheres se mostram ainda mais reservadas. "De acordo com a pesquisa, 39% delas não revelam suas contas pessoais aos parceiros", diz.
Omissão
Entre os itens, o estudo mostrou também que, em geral, as mulheres costumam omitir gastos com roupas (60%), calçados (42%) e acessórios (40%). Já os homens têm o hábito de não revelar as despesas com saídas para bares, cinemas, teatro e restaurantes (40%), além dos gastos com carros, motos (41%) e cigarros e bebidas (19%).
38% não poupam
Quatro em cada dez entrevistados (38%) afirmam que sua família não tem costume de guardar dinheiro para o futuro. Segundo o estudo, quando sobra algum valor inicialmente reservado para gastos familiares, o dinheiro é direcionado, em 29% dos casos, para despesas do mês seguinte. Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, individualmente, o consumidor sabe pouco sobre como conduzir o orçamento pessoal ou simplesmente não se importa.
"E a situação só piora quando um assunto que deve ser compartilhado com os familiares fica escondido. Por isso, o ideal é conversar sobre dinheiro tanto nos momentos bons, quanto nos ruins. Desta forma, na hora da dificuldade, o assunto poderá ser tratado de forma mais natural", orienta o educador.
Classe C
Ainda sobre o hábito dos brasileiros em relação à poupança, um outro estudo da Boa Vista SCPC, em parceria com o programa de Finanças Práticas, da Visa Brasil, mostrou que quase metade (49%) dos consumidores brasileiros da classe "C" tem o hábito de poupar dinheiro.
Entre os que guardam quantias, 74% conseguem poupar acima de R$ 100 por mês. O meio preferido entre eles, mostra o estudo, é a poupança (65%), seguido por guardar dinheiro em casa (24%), e investir em fundos, ações ou CDBs (10%).
Entre os motivos que levam os consumidores da classe "C" a poupar, 43% informaram que decidiram guardar dinheiro para ter uma reserva para emergências e imprevistos financeiros. Outros 26% afirmam que poupam recursos para comprar a casa própria; 9%, para se preparar para a aposentadoria; e 5%, para pagar estudos. Há ainda 4% que poupam para comprar o primeiro carro.
Expectativa
O levantamento aponta que, entre os que ainda não conseguem poupar, existe uma expectativa de juntar dinheiro: 30% deles consideram "alta" a probabilidade de começarem a guardar ainda em 2015, enquanto 44% consideram essa possibilidade "média". A pesquisa ouviu mil consumidores da classe C, de vários Estados brasileiros, por meio de levantamento eletrônico.
DIÁRIO DO NORDESTE