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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Mais de 400 ataques a bancos no CE

Os últimos cinco anos têm sido de tensão para os estabelecimentos financeiros no Ceará. Conforme dados do Sindicato dos Bancários do Estado, 402 ações criminosas realizadas por quadrilhas contra agências bancárias e correspondentes foram registradas entre os anos de 2010 e 2014. Até o ano de 2013, a quantidade de ataques aumentou quase quatro vezes. Contudo, ano passado, o número de crimes cometidos reduziu 38%.
Ao fim do ano de 2010, o Sindicato havia contabilizado 34 crimes, entre assaltos, arrombamentos e ataques a carros-forte no Estado. Naquele ano, não foi registrada nenhuma saidinha ou chegadinha bancária.
Em 2013, foram somados no Ceará 132 ações. Apenas as saidinhas/chegadinhas foram 37. Essa modalidade, sozinha, superou todos os crimes do Estado de três anos antes.
Os números divergem das contas feitas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), que não computa as saidinhas e chegadinhas bancárias.
Arrombamentos
A ação com maior incidência nestes cinco anos foi o arrombamento de agências e caixas eletrônicos. Em muitas das vezes utilizando explosivos industrializados conhecidos como dinamite, em outras, com maçaricos, os criminosos realizaram entre 2010 e 2014 o total de 149 arrombamentos. O ano com maior número de crimes deste tipo foi 2013. Naquele período, 53 agências foram alvos das quadrilhas.
A modalidade vinha em crescimento e reduziu ano passado, quando foram 36 ataques. O número ainda é superior aos registrados nos anos anteriores. Em 2012, 31 agências arrombadas. Em 2011, foram 21 locais atacados. No ano de 2010, o Sindicato havia confirmado o número de oito ações no Estado.
As tentativas de arrombamento seguem no mesmo ritmo. Em 2013, foram 20 ações em todo o Ceará. Ano passado, o número caiu para 13. Mesmo assim, ainda é superior aos anos anteriores, tendo em vista 12 tentativas contabilizadas no ano de 2012; sete vezes verificadas em 2011 e apenas um caso percebido no ano de 2010.
Assaltos
As ações registradas como assaltos vêm em segundo lugar nas incidências criminosas ocorridas contra as instituições financeiras. Nos últimos cinco anos, o Sindicato dos Bancários somou 93 assaltos a agências no Ceará.
Os crimes estão em constante sobe e desce. Em 2010, foram 23 ataques. Em 2011, o Ceará registrou 14 ações. No ano seguinte, as quadrilhas assaltaram 23 agências novamente. Já em 2013, o número caiu para 16 crimes. Ano passado, voltou a crescer, chegando a 17.
As chegadinhas e saidinhas bancárias também impulsionam os dados da violência contra os bancos. Em cinco anos, foram 88 ações somadas.
Em 2014, 12 crimes registrados. Em 2013 e 2012, o Sindicato contabilizou 37 incidências, em cada ano. Em 2011, no entanto, o número foi de apenas duas ocorrências. Já em 2010, não houve nenhum registro, conforme os dados da associação.
A quantidade de carros-forte atacados também caiu em 2014. Foram dois casos registrados em todo o período. Em 2013, havia sido somada a quantidade de seis veículos vítimas das quadrilhas especializadas. Nos anos de 2011 e 2012, os bandidos assaltaram quatro carros-forte, em cada período. Em 2010, foram dois ataques anotados.
Repressão
Para o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), delegado Raphael Vilarinho, o atual cenário é considerado positivo, tendo em vista o crescimento que se percebe em âmbito nacional.
Para ele, os trabalhos unificados das forças de segurança do Ceará têm dado resultado e são o segredo para a redução dos crimes no Estado.
Em 2014, o trabalho de repressão capitaneado pela Especializada conseguiu tirar de circulação criminosos apontados como de extremo perigo e arquitetos de diversos crimes.
Durante todo o ano passado, mais de 100 pessoas foram presas por suspeita de participação nas ações contra instituições financeiras. Conforme o delegado, a atuação dos grupos criminosos vai além dos ataques a bancos e carros-forte. As ações das quadrilhas são integradas e compostas por uma rede de crimes.
"O bandido assalta para investir em droga. Nossa metodologia é desmontar os 'bancos' de drogas que os criminosos mantém com os assaltos. Desarticulamos várias quadrilhas e prendemos indivíduos como Noé de Paula Moreira, Francisco Elno dos Santos Lopes, que estavam na lista dos mais procurados, assim como Juscelino Costa da Fonseca, o 'Terror' e Francisco de Assis Fernandes da Silva, o 'Barrinha'", salientou.
Neste ano de 2015, o Sindicato dos Bancários já registrou quatro ações contra instituições financeiras: em Jardim, em Russas, em Iracema e em Fortaleza. Apenas em Iracema os criminosos conseguiram levar algo, ao explodirem a agência do Banco do Brasil daquela cidade.
Levi de Freitas DIÁRIO DO NORDESTE