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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Matrículas no ensino superior sobem 3,8% e atingem 7,3 milhões de alunos


O Brasil registrou 7.305.977 estudantes matriculados em cursos de graduação no ensino superior, segundo dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na tarde desta terça-feira (9). Os números são referentes ao ano de 2013. São 268.289 matrículas a mais que em 2012, um crescimento de 3,8%, sendo 1,9% na rede pública e 4,5% na rede privada.
O crescimento foi inferior em relação ao censo anterior, quando o número de matrículas aumentou 4,4% de 2011 para 2012.
Deste total de estudantes universitários, 5,3 milhões (73,5%) estão nas instituições particulares. O restante (1,9 milihão) se divide entre instituições federais (1,1 milhão), estaduais (604 mil) e municipal (190 mil). Os alunos matriculados em cursos de graduação no Brasil estão distribuídos em 31.866 cursos, oferecidos por 2.391 instituições. A maior parte formada por universidades e faculdades particulares, 2.090 e o restante são instituições públicas (301).
As universidades são responsáveis por mais da metade das matrículas (53,3%). As faculdades concentram 29,1%; centros universitários, 15,8%; instituições federais de educação tecnológica, 1,6%.
Ingressantes x concluintes
Os dados mostram uma leve diminuição no número de alunos que entram no ensino superior (caiu de 2.747.089 em 2012 para 2.742.950 em 2013).
O total de estudantes que ingressaram no ensino superior somente em 2013 chegou a 2.742.950, um número 76,4% maior do que o registrado há dez anos. Já a quantidade de alunos que concluíram os estudos nesse segmento da educação foi de 991.010.
"É natural que o ritmo do número de matrículas venha a diminuir, porque vínhamos de um volume relativamente baixo na primeira década do ano 2000", disse o ministro da Educação, Henrique Paim. "Nós estamos fazendo um esforço significativo, e todas as políticas que temos adotado, seja através do Prouni ou do Fies, nós achamos que vão ter um efeito importante. O ritmo tende a aumentar na medida em que esses programas passam a ser mais conhecidos pelos alunos."
Houve pela primeira vez uma redução do número de alunos que se formaram diminuiu de 1.050.413 em 2012 para 991.010 em 2013, uma queda de 5,9%.
A proporção de alunos que terminam a faculdade em relação aos que entram é de 36%. Esta proporção tem dimunuído nos últimos cinco anos. Em 2009, era de 46%, caindo para 45%, 43%, 38% e 36%. Isso significa que  cada vez menos gente se forma em relação ao número de estudantes que entra.
Nas instituições públicas esta proporção é de 43,1%. Já nas instituições particulares, este índice é de 33%.
O ministro Paim disse que é preciso analisar essa relação entre os dados com calma. "Não posso afirmar nada, mas há um grande número de cursos abertos recentemente, que ainda não formaram seus primeiros alunos. Além disso, há um percentual grande de alunos vindos do ensino médio noturno, ou seja, estudantes que também trabalham e precisam de um tempo maior para concluir a graduação", afirmou Paim.
Francisco Soares, presidente do Inep, explica que a redução no número de estudantes concluintes foi maior nos cursos presenciais do setor privado. "A rede federal cresceu o número de concluintes em 3,8%, apesar de redução de quase 50% nos cursos a distância", afirmou.
O ministro e o presidente do Inep não quiseram informar ao G1 quais medidas serão adotadas para aumentar o percentual de alunos dentro das instituições que chegam a concluir o curso superior.
Na comparação com 2003, o número de matrículas aumentou 85,5%, com 3,3 milhões de novas matrículas. O número cresceu 94% na rede privada e 64% na rede pública. No total, a quantidade de pessoas matriculadas no ensino superior aumentou 85,5%
Pública x privada
O país tem 6.152.405 estudantes matriculados em cursos presenciais. A grande maioria está no sudeste: 2,9 milhões (47,2%). O Nordeste tem 1,28 milhão (21%), seguido pela região Sul, com 962 mil (15,6%); Centro-Oeste, com 575 mil (9,3%); e Norte com 423 mil (6,8%).
A rede privada de ensino superior concentra 4.374.431 matrículas presenciais, ou seja, 71% do total. Os outros 1.777.974 estudantes estão em instituições públicas.
São Paulo é o estado com o maior número de matrículas no total (1.643.925), sendo que apenas 15,8% destes alunos estão em instituições públicas. São mais de 1,38 milhão de estudantes em faculdades particulares.
Educação a distância
Um terço desse crescimento de 3,3 milhões de matrículas no ensino superior entre 2003 e 2013 foi registrado nos cursos de educação a distância, majoritariamente na rede privada. O número saltou de 49.911 em 2003 para 1.153.572 em 2013. Deste total, quase 1 milhão, ou 86,6%, está matriculado em instituições particulares.
O crescimento no número de matrículas em cursos pagos e a distância representa, sozinho, 29,3% do aumento total de matrículas no ensino superior na última década.
Ensino tecnológico
O censo revela ainda o crescimento de matrículas no ensino tecnológico. Com mais de 1 milhão de matrículas, os cursos tecnológicos representam 13,6% do número total de estudantes. Na rede federal de cursos tecnológicos, houve uma expansão nas matrículas de 467,4% no período de 2001 a 2013, crescimento médio anual de 13,7%.
Professores
O número total de professores no ensino superior é de 367.282, sendo 121.190 com doutorado. O número de professores-doutores aumentou 122% em relação a 2003. A grande maioria está nas universidades públicas (82.523).
Mulheres são maioria
O estudo aponta que o aluno típico matriculado em curso presencial da educação superior é mulher, tem 21 anos e estuda à noite em um curso de bacharelado de uma instituição de ensino superior privada.
Administração tem maior número de matrículas
Segundo o censo, o curso com o maior número de matrículas é o de administração, com 800.114. Em seguida estão direito (769.889), pedagogia (614.835), ciências contábeis (328.031), engenharia civil (257.268), enfermagem (228.515), psicologia (179.892), serviço social (173.758), gestão de pessoas/RH (172.083) e engenharia de produção (144.127).
 
Fontes: G1