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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Mototaxista morre de infarto por falta de socorro de emergência em Quixadá


Pedir a Deus para não precisar de serviço de emergência em Quixadá !”. Esse foi o desabafo da sobrinha de um mototaxista de 54 anos que morreu de um infarto na tarde desta quinta-feira, 31 de julho, em Quixadá. Era o mototaxista Eugênio Paceles Rolim. Ele passou mal numa calçada, no Centro de Quixadá. Como populares tentaram ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e enfrentaram uma verdadeira burocracia no atendimento, pediram auxílio do Ronda do Quarteirão.

Ao chegar ao local a equipe do Ronda constatou tratar-se de um caso grave, um princípio de infarto. Os policiais também tentaram contato telefônico e por rádio, com o SAMU. Como mais uma vez houve demora, resolveram transformar a viatura policial numa ambulância. O mototaxista foi socorrido a Unidade de Pronto Atendimento, a UPA 24 Horas da cidade, onde existe uma sala de ressuscitação, mas não havia médico. Como última alternativa seguiram para o Hospital Municipal Eudásio Barroso.


Apesar do esforço da equipe do Ronda do Quarteirão o mototaxista Eugênio Rolim chegou ao hospital sem vida. Os policiais ficaram indignados e criticaram a postura do SAMU em relação aos atendimentos médicos de urgência. A Secretaria de Saúde do Município também não foi poupada. Além do Hospital e da UPA não possuírem telefones para contato, podiam pelo menos avisar aos órgãos de Segurança Pública como  a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiro quando não há médico para atender a população.

A reportagem do Diário Sertão Central tentou manter contato com a Secretaria de Saúde de Quixadá. Até a publicação desta edição os telefones não atendiam. As informações não são oficiais, mas os médicos teriam deixado de dar atendimento na UPA por conta dos salários atrasados. Nos casos de infarto do miocárdio a recomendação é de realização do eletrocardiograma entre 10 e 20  minutos após o paciente chegar à unidade com dor no peito. Foram mais de 10 minutos para tentar contato com o SAMU; outros 10 para seguir até a UPA e o mesmo tempo para o hospital.

Houve também contato com o SAMU, através do fone 0800.023.2233. Na primeira chamada, não atendeu. Na segunda, em questão de segundos foi atendida. Mas na avaliação de muitos que buscam o auxílio é mais fácil conseguir ter um crediário aprovado numa loja do que conseguir o socorro de urgência. Segundo a população de Quixadá a demora média é de meia hora para a chegada de uma unidade móvel no local solicitado. A sorte é que a maioria das ocorrências são de quedas leves de motocicletas.

Fonte: Blog Diário Sertão Central do Diário do Nordeste