-->

sábado, 2 de agosto de 2014

Cinco pessoas morrem por calazar na Capital


A leishmaniose é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral, causada por protozoários flagelados, classificada como uma zoonose comum ao cão e ao homem. Somente de janeiro a junho, deste ano, foram confirmadas cinco mortes de seres humanos por calazar, das 52 pessoas infectadas, na Capital. Os dados foram fornecidos pelo programa de contenção da leishmaniose do município.
Esse índice da doença em humanos é considerado alto, em todo o ano passado foram detectados 130 casos de calazar em pessoas e destes 11 óbitos, em toda Fortaleza.
O coordenador do programa de contenção da leishmaniose do Município, Eduardo Amendola, relata que os sintomas da enfermidade se assemelham a outros indicações de patologias, mas que por isso é importante ficar alerta e suspeitar do calazar. "A leishmaniose visceral aumenta o fígado, o baço, causa anemia, tosse seca e emagrecimento. É primordial que as pessoas pelo menos suspeitem da doença e falem para os médicos, pois o diagnostico precoce ajuda muito na cura".
Em 2014, foram visitadas, de janeiro a junho, 117.252 casas na Capital, destas 40.561 residências possuíam cachorros e foram realizados exames para detecção da doença. Constataram-se 3.784 cães com a enfermidade. Já nos seres humanos foram relatados 52 ocorrências, destas cinco vieram a óbitos.
Segundo Amendola, as regionais V e VI são áreas da cidade que apresentam bastantes casos de calazar e por isso possuem trabalhos de contenção independente de casos humanos. As atividades são continuas devido à intensa transmissão.
Os casos prioritários são quando identificamos casos de pessoas com a doenças. Nessa ocasião realizamos uma investigação para saber onde ela adquiriu a doença, procuramos saber se ela reside em Fortaleza ou veio passar apenas uma temporada, para podermos mapear os locais", explica o coordenador do programa de contenção.
Quando se confirma o lugar, os agentes da vigilância entomológica avaliam todo o ambiente, colocam armadilhas para ser comprovada a existência do vetor para assim ter a leitura da média da quantidade de insetos e quais as espécies.
A partir daí é desencadeado um processo feito na regional atingida através da equipe de leishmaniose, será feito um bloquei em um raio de nove quarteirões do foco. São realizadas ações educativas, para orientar a população, e manejo ambiental, como a limpeza do quintal e poda de árvores para deixar bastante sol e dificultar a instalação do mosquito transmissor.
No caso da residência visitada ter cachorro, será efetuado um teste rápido, chamado triagem, onde a orelha do animal é furado e podes-se saber se o cão é reagente ou não a leishmaniose. Caso o exame der positivo, terá que ser feito a coleta de sangue para ser mandada para o laboratório. O resultado demora até sete dias para sair.
"O passo seguinte é o controle químico. Será feito no entorno da casa, onde foi detectado o caso da doença, que tiver apresentado foco do mosquito e forem apontados pelos agentes", elucida Eduardo Amendola.
Animais
Alguns sintomas que os animais afetados pelo calazar apontam são feridas na ponta das orelhas e no focinho, falta de pelo ao redor do olho, unhas grandes, emagrecimento, sangramento nasal ou oral, apatias, problemas renais e febres.
Entretanto, o coordenado esclarece que para ter a confirmação da leishmaniose é necessário a execução do exame de sangue. "Só podemos detectar com certeza a enfermidade quando o laudo da coleta de sangue do cachorro saí do laboratório. Sem ele não é possível assegurar que o animal é portador da doença".
O programa de contenção da leishmaniose tem atitudes baseado no manual do Ministério da Saúde (MS), no caso da infecção ser confirmada é recomendado que o cão seja recolhido e seja aplicada uma injeção letal.
O manejo ambiental e o uso da coleira repelente são as recomendações do ministério, mas a gargalheira não está disponível na rede pública.
A vacina é aprovada pelo Ministério da Agricultura, entretendo ainda não foi legitimada pelo MS e por isso não foi adotada, nem disponibilizada gratuitamente para a população.
FONTE DIÁRIO DO NORDESTE.