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sábado, 19 de julho de 2014

Em Família termina irrelevante, com tédio e pior ibope da história

Não se podia esperar nada muito empolgante do último capítulo de uma novela marcada pela falta de relevância. Ao longo de seis meses, Em Família não deslanchou e foram raros os momentos que despertaram algum interesse no telespectador. No máximo, o que provocou foi bocejos em quem estava diante da televisão.
O derradeiro capítulo foi, assim, a síntese da novela: um tédio sem acontecimentos nem grandes revelações. A deixa de que não teríamos nada novo  já tinha sido dada no penúltimo capítulo, quando André (Bruno Gissoni) terminava montando um quebra-cabeça para descobrir sua mãe biológica e o autor gastou um bloco inteiro para revelar que era a perua Branca (Angela Vieira). Nada, porém, que a imprensa já não tivesse noticiado à exaustão.

E o que dizer das circunstâncias da morte de Gorete (Carol Macedo), logo no início da terceira fase? Não foram explicadas e o público ficou sem saber se Juliana (Vanessa Gerbelli) a matou ou não. Manoel Carlos instalou a dúvida e não explicou. Se Juliana não tinha nada a ver com a morte da empregada, por que ficava tão mexida quando o médico que testemunhara os últimos momentos da garota a cercava? Palhaçada.

Até mesmo os diálogos, tão bem elaborados pelo autor, parecem ter perdido o prumo. A cena de Juliana com Iolanda (Magdale Alves) foi de uma trivialidade sem fim, completamente inapropriada para um último capítulo.

Teve também o clichê do casamento _ainda que desta vez a felicidade dos noivos tenha dado lugar à tragédia. A cena que poderia ser a mais impactante da noite, a morte de Laerte (Gabriel Braga Nunes), foi muito mal dirigida. Do alto, vimos o morto caído e o desespero da noiva foi abafado pelo som dos trovões. Só no bloco seguinte ela teve continuidade.

Na contramão de todos, Vivianne Pasmanter foi a única que roubou a cena, tanto quando Shirley se jogou no chão, sozinha, tendo por companhia sua cobra Serafina, quanto quando chegou de luto na igreja. É de se lamentar que a personagem tenha passado a novela inteira implorando pelo amor de Laerte. Merecia um final um pouco mais alegre, até mesmo em retribuição pelas sacadas irônicas que teve durante meses de marasmo.

E como desgraça pouca é bobagem, a tosqueira da Fênix animada ainda teve tempo de voltar. Sem exagero nenhum, o melhor momento do último capítulo de Em Família foi o intervalo, quando Paulo Betti, na chamada de elenco de Império, manda um beijinho no ombro. Certamente foi pra novela que se encerrou.

Audiência
Em Família terminou com a pior audiência de uma final de novela da Globo em todos os tempos: 34,8 pontos, segundo dados preliminares do Ibope na Grande São Paulo. Ficou atrás da antecesora Amor à Vida (48) e Salve Jorge (46), dona do recorde negativo anterior. No confronto, o SBT marcou 5,3 e a Record, 3,8.

Fonte: Notícias da TV