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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Carteiros são presos em Manaus por vender cartões de crédito de terceiros



Dezenove membros de uma quadrilha interestadual, entre eles cinco carteiros, foram presos, na manhã desta terça-feira (8), durante a operação 'Puro Malte', deflagrada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Amazonas. Entre os crimes cometidos estavam estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e esquema de aposentadorias fraudulentas. Segundo a polícia, o principal foco do grupo era comprar cartões de créditos fornecidos por carteiros do Correios, que entregavam a correspondência junto às senhas dos cartões à quadrilha. Ao todo, a polícia estima que o grupo tenha movimentado um total de R$ 10 milhões em 2013.


Durante a operação foram cumpridos 10 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. Foram apreendidos com a quadrilha um total de 10 veículos, dos quais pelos menos três, como BMW e Hillux, são considerados carros de luxo pelo mercado. Além disso, foram recolhidos 77 cartões de crédito, 26 folhas de cheques em branco, aparelhos eletrônicos, duas armas e mais de 100 munições de calibres diferenciados. Ao todo, R$ 63,1 mil em espécie, entre dólares e reais, foram encontrados com o grupo.
Entre os presos estão cinco carteiros suspeitos de vender cartões de créditos e senhas de terceiros para a quadrilha, além do gerente de uma rede de supermercados conhecida deManaus. O gerente é suspeito de facilitar a lavagem de dinheiro do grupo por meio da compra de grandes quantidades de cerveja que seriam revendidas em distribuidoras de bebidas. De acordo com a polícia, o gerente tinha conhecimento de que os cartões de crédito não pertenciam ao comprador e não exigia, por esse motivo, a apresentação de documentos do titular do cartão de crédito utilizado para a compra.
Segundo o diretor do DRCO, Sandro Sarkis, a quadrilha atuava com métodos sofisticados, e possuía células em Manaus, Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Várzea Grande (MT) e Cuiabá (MT). "Era uma quadrilha que utilizava de meios sofisticados nas suas ações e que dificultou muito o trabalho da polícia, ao ponto de ter cooptado pessoas dentro da Empresa de Correios e Telégrafos que forneciam as correspondências com os cartões e senhas. E não era qualquer tipo de cartão, precisava ser corporativo ou de vítimas residentes de áreas nobres de Manaus, pois o limite desses cartões era mais alto, justamente para minimizar os riscos e otimizar os ganhos em cima do dinheiro dos outros", relatou o delegado.
Site G1