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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Avalanche no Everest deixa pelo menos 13 mortos, montanhista cearense passa bem




Uma avalanche na encosta do Monte Everest deixou pelo menos 13 mortos, segundo autoridades do Nepal, no que é considerado um dos acidentes mais fatais da história do local. Pelo menos sete outras pessoas estão desaparecidas, e três estão feridas. O alpinista cearense Rosier Alexandre, que está na montanha para uma expedição, passa bem; mas três sherpas de sua equipe estão entre os mortos da tragédia. Os sherpas são os guias nativos que preparam a rota dos alpinistas.

A tragédia ocorreu às 06h45 locais (22h00 de quinta-feira em Fortaleza), em uma área entre os acampamentos 1 e 2 da montanha, localizados, respectivamente, a 5.900m e 6.400m acima donível do mar. No momento do acidente, Rosier estava no acampamento base, localizado a 5.350m, de onde partiria no próximo sábado (19) para o campo 1.

Conforme informações da esposa de Rosier, Danúbia Pereira, o montanhista cearense está fisicamente bem, mas toda a equipe, composta ainda por um escalador americano, um alemão e uma guatemalteca está abalada. Ainda não é possível saber se haverá condições para a continuidade da expedição de Rosier. A via por onde os montanhistas passariam está bloqueada. Na manhã do próximo sábado (19), uma reunião do guia líder com as autoridades do Everest deve avaliar as condições de segurança da montanha. No momento, ocorre o processo de resgate de corpos na região.  O ataque ao cume - nome técnico para a chegada ao topo da montanha - estava previsto para o dia 20 de maio. 

As avalanches no período da manhã, como a que ocorreu ontem no Everest, não são consideras comuns. Geralmente, acontecem à tarde, quando o sol aquece o gelo com mais intensidade causando o desprendimento.

Rosier realiza a última etapa do seu projeto Sete Cumes, que objetiva escalar as maiores montanhas da Terra. O cearense nascido em Monsenhor Tabosa já venceu o Aconcágua (Argentina), o Kilimanjaro (Tanzânia), o McKinley (Estados Unidos), o Elbrus (Rússia), o Vinson (Antártida) e o Carstensz (Indonésia). No fim do projeto, ele será o quarto brasileiro a escalar os sete cumes da Terra.


Everest contabiliza mais de 240 mortes
 
O novo desafio de Rosier assusta quem não está habituado às escaladas. O Everest contabiliza mais de 240 mortes. Mas, para ele, a estatística não traz temor. "Apenas me deixa mais precavido, pois cada morte é um sinal do extremo risco que os 8.848m do Everest oferecem".
 
Ao longo da escalada do monte, os montanhistas estão sujeitos também à hipotermia, quedas em gretas de gelo, edemas cerebrais e pulmonares, riscos que acarretam em alta fatalidade. "Mas treinamos o suficiente para nos livrarmos desses perigos com segurança e não alimentamos a estatística dos que ficaram congelados para sempre".
 
Antes da viagem para o Nepal, Rosier lançou o seu primeiro livro, "Sentinela de Pedra - A conquista do Aconcágua", uma narrativa de sua primeira expedição à montanha gelada - maior da América do Sul -, realizada em 2004. 

Fonte: Diário do Nordeste